O grupo Trirumo, que se assume como líder do mercado no segmento de distribuição de sistemas de alumínio, tem a intenção de, caso haja melhorias na situação económica do país, construir na zona industrial de Viana (Luanda), uma nova fábrica de extrusão afecta a sua unidade de negócio Extrial, num investimento aproximado de 8,2 milhões de dólares, segundo revelou à FORBES o seu sócio-gerente Mário Amaro.
De acordo com o empresário, o projecto, já aprovado há cerca de seis anos pela antiga Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), criará 15 novos empregos, podendo este número aumentar em função do volume em termos produtivos. “Temos em carteira a instalação de uma fábrica de extrusão de perfis de alumínio para caixilharia, um projecto inclusive já aprovado pela extinta ANIP, em 2014. No entanto, com a crise económica e a recessão que o país vive há cerca de seis anos, colocamos o projecto em stand-by”, explica.
Dados avançados à FORBES pelo Trirumo indicam que o mercado angolano absorve entre 350 a 400 toneladas por mês. Contas feitas, para que um investimento desta dimensão seja economicamente rentável, tem de produzir no mínimo 200 toneladas de perfis de alumínio para caixilharia por mês. Considerando estás informações, refere Mário Amaro, a futura fábrica de extrusão do grupo está projectada para uma capacidade máxima de produção mensal de 500 toneladas, superior às actuais necessidades do mercado.
Está também nos planos do grupo prosseguir com o plano de expansão pelo território nacional, abrindo mais postos de vendas e, desta forma, criar novos postos de trabalho, como forma de contribuir para a redução dos índices de desemprego no país. Actualmente a empresa conta com perto de 80 colaboradores.
Por outro lado, o sócio-gerente do Trirumo mostrou-se preocupado com a concorrência desleal que diz existir no mercado. Há empresas, aponta, com outro tipo de perfil que não cumprem com todos os requisitos que a lei determina e, paralelamente a isso, há uma outra preocupação que se prende com a pauta aduaneira. “Existe uma pauta aduaneira que rege a obrigatoriedade de ter que se pagar determinados impostos sobre o produto acabado, o que significa que quem quiser comprar caixilhos já feitos para ir direitamente para às obras deve assumir este ónus tributário, o que em muitos casos, não acontece”, afirma.
A continuar a se assistir à esta prática, Mário considera que será difícil de concorrer com empresas que, ao fugirem o fisco, conseguem pôr no país produtos com preços difíceis de concorrer e “com qualidade duvidosa”, lembrando a empresa que co-dirige importa a matéria-prima (perfil de alumínio bruto) e faz aqui todo o tratamento de superfície, lacagem e a anodização. “Quem quiser importar alumínio já lacado ou anodizado tem que pagar os impostos previstos na pauta”, concluiu.
Fundado em Outubro de 1993, o Grupo Trirumo lançou-se no mercado nacional com uma empresa cuja actividade era exclusivamente comercial, focada na área dos alumínios para caixilharia. Hoje, passados cerca de 27 anos, congrega três empresas – Trirumo, Tri-Alumínio e Extrial – que, em conjunto, facturaram, em 2019, cerca de 8,5 milhões de dólares.