O presidente do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais (CCBG) da SADC, Lesetja Kganyago, disse, em Luanda, que a criação de uma moeda única na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) depende da existência antes de uma convergência macroeconómica.
As declarações foram feitas à imprensa, à margem da 56.ª reunião do Comité de Governadores dos Bancos Centrais da SADC que decorreu de 10 a 12 do corrente mês em Luanda, capital da República de Angola.
“Trata-se de uma ideia global que pode reduzir o custo do comércio na região, porque todos estariam a trabalhar numa moeda única”, referiu Lesetja Kganyago.
Para que tal aconteça, apontou o responsável, deve-se manter a taxa de inflação num espaço de 1 a 3%, em segundo lugar certificarmos de que temos reservas de moeda externa, em terceiro ter uma moeda única e por último a criação de uma união fiscal e união bancária.
“A união bancária quer dizer que precisamos ter um regulamento comum para todos os bancos na região e a posterior uma instituição que poderá representar essa união bancária”, explicou.
No evento, o anfitrião, José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), garantiu já terem sido definidos critérios de convergência macroeconómica, a fim de assegurar a existência de uma moeda única e de um banco central na região SADC.
Entretanto, José Massano sublinhou que a taxa de crescimento é também um dos motivos a considerar, e, neste momento, a maioria dos países está com taxas de crescimento abaixo dos mínimos estabelecidos para a região.
“Logo, é necessário que se adoptem critérios que permitam fazer um casamento duradouro e, para que tal facto aconteça, deve-se partir de bases equilibradas”, frisou.
Outros aspecto importante indicados pelo líder do banco central angolano têm que ver com o nível de dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e com o saldo da Conta Corrente da Balança de Pagamentos, que como disse, se trata de matérias que já não são directamente da competência dos bancos centrais.
“Existem outros aspectos estruturais de cada uma das nações, como os critérios de convergência macroeconómica, que acabam por proporcionar condições para o crescimento económico, maior previsibilidade, melhoria da condição de vida dos cidadãos, independentemente de no final termos ou não um banco central único e uma moeda única na região”, conclui Massano.
*Adnardo Barros