As economias africanas permanecem resilientes e com uma perspectiva estável neste e no próximo ano, apesar das condições financeiras mundiais apertadas, prevê o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Num novo relatório sobre o Desempenho e Perspectivas Macroeconómicas de África em 2023, apresentado recentemente à margem da 36ª Assembleia da União Africana, em Adis Abeba, o BAD estima que a média do Produto Interno Bruto (PIB) africano se estabilize em 4% nos próximos dois anos, contra 3,8% em 2022.
O economista chefe e vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Kevin Urama, afirmou que o continente poderia beneficiar da elevada procura das suas matérias-primas, uma vez que os países procuram alternativas alimentares e energéticas em resposta às perturbações causadas pela guerra na Ucrânia.
O continente, observou, continua a ser um tesouro para investidores inteligentes a nível mundial, mas deve lutar por taxas de crescimento mais elevadas, economias mais inclusivas, e maior resistência a choques externos.
“A perspectiva estável, projectada para 2023-2024, reflecte o contínuo apoio às políticas em África, os esforços globais para mitigar o impacto dos choques externos e o aumento da incerteza na economia global”, disse Kevin Urama, citado num comunicado publicado, há dias, no website do BAD, consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
As condições mundiais desfavoráveis, lê-se no documento, levaram ao aumento da inflação, a custos mais elevados do serviço da dívida e a um aumento do risco de dívida excessiva nos países em desenvolvimento, incluindo África.