O crédito à economia de Moçambique cresceu em Julho pelo terceiro mês consecutivo, chegando a 247 716 milhões de meticais (3.470 milhões de euros), o valor mais alto desde o início de 2024, segundo dados do relatório estatístico do banco central do país.
De acordo com os dados, o crédito a particulares continua a liderar e está a crescer desde o início do ano, chegando em Julho aos 94.598 milhões de meticais (1.325 milhões de euros), também o valor mais alto em pelo menos um ano.
No relatório, citado pela Lusa, refere-se que o referido desempenho representa um aumento de 1% face ao volume de crédito à economia concedido pela banca moçambicana em Junho, que se cifrou então em 245.357 milhões de meticais (3.437 milhões de euros).
Entretanto, a taxa de juro de referência para as operações de crédito em Moçambique manteve-se em 21,2% em Setembro, pelo segundo mês consecutivo, numa decisão conjunta com a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
A taxa conhecida como ‘prime rate’, desde 2018 que estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em Fevereiro de 2021, altura em a tendência se inverteu e a taxa começou a subir até atingir 24,1% em Julho do ano passado.
Os aumentos da ‘prime rate’ estão associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, por forma a controlar a inflação.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 31 de Julho baixar a principal taxa de juro MIMO, de 15% para 14,25%, justificando com a perspectiva da inflação a manter-se em um dígito no médio prazo.
*Napiri Lufánia