O crédito à economia cabo-verdiana aumentou mais de 7% num ano, para um recorde de quase 1.345 milhões de euros até Setembro, segundo dados do Banco de Cabo Verde (BCV).
De acordo com um relatório estatístico deste mês do banco central cabo-verdiano, compilado pela Lusa, o total do crédito à economia do país, empréstimos bancários e stock de dívida titulada no mercado primário, situava-se no final de 2020 em mais de 131.310 milhões de escudos (1.187 milhões de euros), enquanto em Dezembro de 2019, antes da pandemia da Covid-19, era de 126.437 milhões de escudos (1.143 milhões de euros).
Em Setembro do ano passado cresceu para quase 147.813 milhões de escudos (1.344 milhões de euros), um aumento de 7,2% face aos 137.894 milhões de escudos (1.254 milhões de euros) no mesmo mês de 2021.
A economia cabo-verdiana cresceu 7% em 2021, mas devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo reviu a previsão de crescimento para 2022 dos anteriores 6% para 4%, após uma recessão histórica de 14,8% em 2020, devido à pandemia da Covid-19. Contudo, nova revisão feita já no final de Dezembro passado subiu essa previsão para mais de 10% de crescimento económico, com a retoma da procura turística.
Entretanto, o Plano de Retoma da economia cabo-verdiana no pós-pandemia, apresentado no início de 2022, prevê mais 82 milhões de euros de linhas de crédito às empresas, com taxas de juro de até 3,5%, segundo anúncio do Governo.
Este plano governamental prevê, entre várias medidas, que as pequenas empresas obtenham financiamentos individuais de até 25 milhões de escudos (228 mil euros), as médias empresas até 50 milhões de escudos (456 mil euros) e as grandes empresas até 100 milhões de escudos (913 mil euros).
Os apoios à retoma da actividade empresarial em Cabo Verde prevem a modalidade da suspensão do pagamento de contribuições sociais por seis meses e a renegociação desses valores ao sétimo mês.
*José Zangui