O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, António Martins da Cruz, considera que, em 2035, os países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) representarão 15% a 20% do petróleo e do gás produzidos no mundo.
António Martins da Cruz, que abordava, há dias, numa conferência, em Lisboa, os limites, positivos e negativos, da CPLP, salientou que a importância da organização lusófona não se resume às cimeiras que se veem na televisão e destacou a concertação político-diplomática.
Os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sem contar com a energia, têm vindo a baixar na importância do comércio externo português, quer a nível de mercadorias, quer a nível de serviços, apontou.
“A nossa cooperação com a CPLP não é apenas uma cooperação entendida em sentido estrito, porque há vários sectores do Governo, da Justiça, que se reúnem periodicamente para avaliar a situação e para tentar fórmulas de cooperação. A CPLP não se resume a cimeiras que nós vemos nas televisões”, acrescentou.
O diplomata, que intervinha no último painel da conferência internacional “Portugal na relação da Europa com a América Latina e África”, sublinhou ainda que “a CPLP tem uma actividade diária e uma actividade importante que não são limites”. De entre os factores positivos que abordou, deu relevo ao facto de a CPLP representar actualmente 270 milhões de habitantes, ou seja, 3,7% da população mundial.
Segundo defendeu, trata-se de uma perspectiva económica muito importante e que nem sempre é falada. Se no sector da energia se verifica esta relevância da CPLP, no domínio do comércio externo português, Martins da Cruz traçou um cenário negativo.
Com ECO