A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) já se manifestou contra a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau. Numa nota distribuída pelos meios de comunicação social, a CPLP condenou “veementemente a tentativa da tomada do poder pela força na Guiné-Bissau.
O posicionamento do organismo foi tornado público pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola, país com a presidência rotativa da organização. “A Presidência em exercício da CPLP saúda a firme resposta das autoridades nacionais encabeçadas pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló que levou ao restabelecimento da ordem e apela a acalmia e tranquilidade”, naquele Estado-membro da comunidade.
A reacção imediata da CPLP surge após se terem ouvido vários tiros, na tarde desta Terça-feira, 1, junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício. O Presidente já se encontra no Palácio Presidencial.
As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial, e pela recente remodelação governamental.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal.