Uma alteração aos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos da América (EUA) e uma política mais restritiva da Reserva Federal (FED) do país pressionou os investimentos nas criptomoedas pelo mundo, tendo ‘deitado abaixo’, em mais de metade, as receitas e lucros de dez dos investidores mais ricos no sector das moedas digitais.
De Novembro de 2021 a Janeiro deste ano, o grupo magnatas assistiu, em bloco, a uma corrosão profunda dos seus activos na ordem dos 27 mil milhões de dólares. Isto na mesma altura em que o bitcoin e o mercado geral de criptos atingiram a sua máxima histórica de valor, conforme os cálculos da FORBES, com base nos indicadores do período.
Constam da lista de perdedores de fortunas nomes como Brian Armstrong, o CEO da Coinbase Global, e o do membro do seu conselho, Fred Ehrsam, que, juntos, perderam mais de 7 mil milhões de dólares.
A lista de quedas e perdas multimilionárias prosseguem e incluem ainda a MicroStrategy, uma empresa de software que investiu mais de 3 mil milhões de dólares da sua tesouraria em bitcoin. De Novembro do ano passado a Janeiro deste, o valor da empresa caiu 55%.
Paralelamente, assistiu-se também à queda do índice Nasdaq Composite, que recuou cerca de 15% no mesmo período. Assim, Michael Saylor, investidor de bitcoin e CEO da MicroStrategy naquela plataforma bolsista, viu a sua fortuna ficar 55% abaixo.
Como refere o próprio nome, uma criptomoeda é um tipo de dinheiro não tangível mas sim digital, além de não ser emitida por nenhum governo, como é o caso do Kwanza, Dobra, Escudo ou Franco CFA e até mesmo o dólar e o Euro, duas principais divisas.
Do conjunto de moedas digitais, o bitcoin é a mais conhecida, mas existe ainda o ripple e outras criptomoedas, que, no período em referência, sofreram um ‘trambolhão’ junto com o valor dos criptoactivos.
Devido à subida dos juros com a compra de títulos públicos, vários interessados das criptomoedas começaram a desviar os caminhos de aplicação das suas poupanças. É o que pelo menos contam analistas e experts das moedas criptos.
Assim, e como forma de fazer render os dinheiros poupados, optam pela compra de títulos públicos dos EUA, a taxas e maturidades não reveladas.
Face às incertezas geradas pela pandemia, os investidores das criptomoedas começaram a ressentir-se da crise. É o caso de dez dos maiores afortunados da indústria financeira digital, ou seja, o segmento das criptomoedas, citados pela FORBES
Queda maior para três dos mais ricos
Do grupo dos dez magnatas das criptomoedas, três viram ainda os seus patrimónios caírem pela metade, uma perda considerada impressionante por analistas deste segmento de investimento, um sector caracterizado pela sua forte volatilidade.
Assim, só o bitcoin, o maior activo digital em valor de mercado, caiu 50% desde que atingiu uma alta histórica de 68.622,00 dólares em 10 de Novembro, de acordo com o provedor de dados CoinMarketCap.
Até à data da recolha dos dados, 25 de Janeiro, a moeda era negociada nos 34.326,00 dólares, cotação que a FORBES usou para calcular as participações actuais. Poucas horas depois, o bitcoin saltou para o patamar de 36 mil dólares, onde tem permanecido.
A bitcoin não caiu sozinha. Outras criptomoedas seguiram o exemplo, como o ether, o segundo maior activo digital, que também deslizou pela metade desde Novembro.