O ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, considerou esta semana, em Luanda, uma vergonha que só agora aconteceu o primeiro encontro das empresas de petróleo do continente africano.
O governante que falava durante um encontro que juntou especialistas, gestores e homens de negócios do sector petrolífero africano, pediu aos operadores locais em Angola e no continente, para deixarem de falar e lamentar muito e trabalhar mais.
“É vergonhoso que só ontem [Segunda-feira, 16] realizamos o primeiro encontro das empresas nacionais de petróleo da África. Isso não pode continuar a acontecer, principalmente porque estamos numa fase de transição em que se quer apostar no conteúdo local. Vamos deixar de falar muito e lamentar. Vamos fazer, conversar mais entre nós e criarmos uma indústria petrolífera robusta e capaz”, disse o governante angolano, que preside também, neste momento, a Organização Africana de países Produtores (OAPP), no decorrer de uma mesa redonda que abordou o conteúdo local na indústria petrolífera africana.
Por seu turno, Alcides Andrade, director de planeamiento estratégico da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), de Angola, referiu que apesar dos grandes entraves e desafios, África está pronta para desenvolver e tornar potente o seu sector de petróleo e gás e ser uma referência exemplar no mundo.
“Precisamos de fazer muito mais e aproveitar as oportunidades que o continente oferece para que as empresas africanas tenham progressos e tirem benefícios da aposta dos governos dos respectivos países no conteúdo local”, disse.
Durante a mesa redonda, foi considerado ainda a necessidade de se evidenciar desenvolvimentos e progressos na promoção do conteúdo local nos países africanos produtores de petróleo e gás, especialmente à luz da transição energética global para eliminação dos combustíveis fósseis.
Na ocaisão, foi chamada a atenção para África dar passos significativos e investir em tecnologia, finanças, experiência e em mercados ocidentais para superar a posição actual no capítulo da produção e comercialização do petróleo e gás.