A operacionalização da Lei do Conteúdo Local do sector petrolífero angolano não tem sido tão dinâmica como as empresas esperam, o ′desemprego é gritante′, lamenta a vice-presidente da Associação de Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola.
Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, Berta Rodrigues Issa disse que dois anos após a implementação da lei, as empresas esperavam um pouco mais.
Contudo, segundo a também especialista em estratégia no sector de petróleo e gás, hoje, para que exista realmente uma indústria no país, primeiro é necessário fortalecer as empresas angolanas. Uma vez que elas são robustas financeiramente, vão começar a investir na indústria e em matérias-primas.
“Actualmente, o empresariado nacional não tem acesso aos recursos naturais e financeiros que as empresas estrangeiras têm e as empresas estrangeiras que têm acesso não investem no país. No entanto, toda a indústria petrolífera de Angola não está aqui no nosso país”, disse a vice-presidente da Associação de Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola.
O conteúdo local do sector petrolífero é um dos objectivos estabelecidos no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e visa o fomento e a dinamização da cadeia de fornecimento de bens e serviços, com a finalidade de aumentar a participação de empresas nacionais de sector, bem como a protecção de empregos e quadros angolanos.
A lei consiste na obrigação que impede as empresas do sector dos petróleo e as associadas da concessionária nacional de utilizar os bens e serviços das sociedades comerciais angolanas (empresas 100% angolanas) que constem na lista de bens e serviços exclusivos.
A Associação de Empresas Autóctones para Indústria Petrolífera de Angola visa promover e defender a inserção e valorização das empresas angolanas autóctones no sector petrolífero, contribuir para a capacitação, certificação e elevação da qualidade das empresas no sector petrolífero, colaborar com o executivo na definição de políticas públicas de apoio ao empresariado no sector petrolífero e incentivar o empresariado nacional no estabelecimento de parcerias com empresas nacionais e estrangeira.