O governador do Banco de Moçambique, Rogério Lucas Zandamela, admite ajustar a política monetária adoptada no último ano, face à contenção no aumento dos preços, segundo uma carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços”, lê-se no documento, citado pela Lusa.
Na carta, com data de 19 de Dezembro e que integra a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) a Moçambique, concluído este mês pelo FMI, o governador do banco central recorda que, em Março de 2022, quando a inflação “ainda estava abaixo das metas”, a instituição reagiu a um “aumento esperado” dos preços e face ao “impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a Covid-19”.
Essa reação implicou o aumento da taxa directora (MIMO) em 200 pontos base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em Ssetembro de 2022 novo aumento na mesma proporção.
“Ao fazê-lo, a política do Banco de Moçambique visava prevenir proactivamente os riscos com as expectativas de inflação no curto prazo, evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura”, justifica.