A confiança dos empresários do sector da construção e obras públicas em Moçambique, medida pelo indicador do clima económico (ICE), registou uma diminuição abaixo dos 85% no primeiro trimestre deste ano, tendo o seu saldo atingido o nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2007.
De acordo com o relatório trimestral do Instituto Nacional de Estatísticas de Moçambique, a redução da confiança do sector foi influenciada pela avaliação desfavorável da carteira de encomendas, bem como da perspectiva do volume de negócios que em conjunto suplantaram o aumento brusco das perspectivas de emprego no período em análise.
O documento que a FORBES consultou revela que a perspectiva de preço foi de ligeiro aumento, num clima caracterizado pela apreciação pouco abonatória da actividade no trimestre em referência.
Mas os principais obstáculos do sector continuaram a ser a baixa procura, que terá reduzido 38%, a falta de acesso ao crédito, com uma descida de cerca de 14%, e outros factores não especificados, que registaram uma queda de 26%.
Cerca de 43% de empresas do sector da construção registou alguma limitação no desempenho normal da sua actividade, o que representou um incremento de 1% de instituições em dificuldades, face ao trimestre anterior.
Ao contrário do sector da construção civil, o do comércio viu o seu nível de confiança empresarial registar um ligeiro aumentou, fixando-se acima dos 90%, facto que acontece pelo segundo trimestre consecutivo.
A conjuntura até certo ponto favorável a este sector, entre Janeiro e Março, que inclui também a manutenção e reparação de veículos automóveis, deveu-se à apreciação positiva da procura actual e futura (perspectivas da procura). Em linha com o indicador sectorial, o volume de negócios do sector do comércio também registou um incremento assinalável.
De modo geral, o indicador do clima económico (ICE), expressão da confiança dos empresários do sector real da economia de Moçambique, registou uma leve queda no primeiro trimestre de 2021, após sinais de recuperação no trimestre anterior, tendo o respectivo saldo continuado abaixo da média da série temporal.
A confiança desfavorável dos empresários foi extensiva às expectativas de emprego e da procura que, no global, registaram ligeiras descidas.