Angola e Cabo Verde desejam firmar uma parceria entre as companhias aéreas de bandeira de ambos os países, nomeadamente TACV e TAAG, e o desenvolvimento dos hub no Sal e Luanda, para servir os mercados africanos nas ligações à Europa e América.
Durante a sua estadia de três dias em Cabo Verde, o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas de Abreu, garantiu que o foco das companhias aéreas de bandeira dos dois países são os continentes europeu e americano, bem como respetivas ligações às regiões africanas em que Cabo Verde e Angola estão inseridas, através dos hub que estavam em implementação antes da pandemia da Covid-19, no Sal e em Luanda.
Segundo a Lusa, numa conferência de imprensa, e embora sem entrar em detalhes sobre as negociações que decorreram em paralelo entre as administrações das duas companhias aéreas públicas – no caso da TACV renacionalizada em Julho e sem realizar voos comerciais desde 19 de Março de 2020 devido à pandemia – o ministro dos Transportes de Cabo Verde, Carlos Santos, assegurou que, em breve, serão apresentadas as “complementaridades” possíveis.
“E Cabo Verde é claramente um parceiro natural e a TACV [Transportes Aéreos de Cabo Verde] um parceiro natural da TAAG”, enfatizou Ricardo Viegas de Abreu, defendendo que o “novo normal” pós-pandemia favorece parcerias nos mercados onde as companhias estão inseridas.
Por sua vez, o governante cabo-verdiano destacou também que o reforço na aproximação com Angola, neste domínio, pode também passar pelo relacionamento entre as agências reguladores da aviação civil ou nos transportes marítimos, temas que, diz, foram igualmente abordados nos últimos dias entre as duas delegações.
Santos disse ainda que está prevista a retoma da actividade da TACV no primeiro trimestre de 2022, apesar de admitir tratar-se de um processo complexo, devido aos efeitos da pandemia, ficando expectante na aproximação com a angolana TAAG.
Já Ricardo de Abreu disse esperar que os vários acordos e protocolos no domínio dos transportes entre os dois países, assinados sobretudo desde 2018, “passem a ser mais eficazes e efetivos a partir de agora”, com encontros períodos entre os dois governos e com o “desejado” envolvimento do sector privado de Angola e Cabo Verde.