O Governo de Cabo Verde anunciou, para breve, o regresso da Cabo Verde Airlines nas operações de voos nacionais e internacionais, estando para já previstas escalas que integram Lisboa e Boston.
A ‘boa-nova’ foi comunicada por Ulisses Correia Silva, o primeiro-ministro cabo-verdiano, que não precisou datas para a retoma dos voos daquela empresa que foi renacionalizada em Julho, quando se dirigia esta semana à imprensa local, à margem do lançamento da campanha de vacinação para menores.
O governante garante, desde já, que a retoma das operações da companhia será “com sustentabilidade e continuidade”. “As condições estão criadas e vão começar a operar em voos ponto a ponto Praia–Lisboa e depois, à medida que se vai solidificando a situação da empresa, vão para outras rotas, nomeadamente para Boston”, afirmou.
Por sua vez, a presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Arilines, Sara Pires, disse, também esta semana, a uma rádio local, que a companhia já está certificada pela Agência de Aviação Civil (AAC) do país, pelo que está autorizada a retomar os voos.
Sara Pires anunciou que a operadora vai começar a operar com um aparelho Boeing-757-200 em regime de “wet leasing”, em que o proprietário do avião garante a tripulação, assim como o seguro, mas garantiu que até Março deverá ter tripulação cabo-verdiana.
Anteriormente, o Governo tinha apontado a retoma dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), que não operam voos comerciais desde Março de 2020, devido à pandemia da Covid-19, durante o primeiro trimestre de 2022.
Já em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,4 milhão de dólares à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF, do grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines, nome comercial da companhia, e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação, que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada.
A companhia, em que o Estado cabo-verdiano mantinha uma posição de 39% (além de 10% a trabalhadores e emigrantes), concentrou então a actividade nos voos internacionais a partir do ‘hub’ do Sal, deixando os voos domésticos.
Assim, desde Julho que o Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais. Em 26 de Novembro, a Loftleidir Cabo Verde anunciou que deu início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano alegando “violação dos acordos celebrados entre as partes”, face à renacionalização companhia aérea de bandeira TACV.