O Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) anunciou esta semana, em Acra, Gana, que o total das transações de mercadorias em África registou uma expansão de 20,9% em 2022, apesar da difícil conjuntura mundial.
De acordo com o relatório anual sobre comércio intra-africano da instituição financeira, o aumento do comércio no continente deveu-se à subida dos preços das matérias-primas e ao aumento da procura de energia africana por parte da Europa.
O documento, centrado na “Exportação, Fabrico e Cadeias de Valor Regionais em África Sob uma Nova Ordem Mundial”, foi lançado pelo presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, no último dia de trabalhos das Reuniões Anuais do banco, em Acra.
O relatório destaca ainda o facto de “uma combinação de perturbações na cadeia de abastecimento, restrições comerciais, aumento das tensões globais e uma política monetária mais restritiva em resposta a uma inflação recorde”, ter contribuído para grandes mudanças no sentimento dos investidores e conduzido a aumentos acentuados dos preços das matérias-primas, durante o primeiro semestre de 2022.
“No entanto, os preços dos produtos de base diminuíram acentuadamente no segundo semestre, devido ao abrandamento da procura num contexto de forte desaceleração do crescimento mundial, especialmente na China e na Europa, os principais motores do comércio mundial”, explica o banco, citado pela Lusa.
O Afreximbank salienta ainda que as exportações africanas se caracterizam “por um número muito reduzido de exportações de produtos manufaturados, que se concentram num número limitado de países”, embora impulsionadas por alguns setores e têm um mercado de exportação limitado.