A cimenteira portuguesa Cimpor vai iniciar, dentro de 18 meses, a exploração de pozolana na ilha cabo-verdiana de Santo Antão, num investimento de 341 milhões de escudos (cerca de 3 milhões de euros), conforme acordo assinado.
O prazo está estabelecido na minuta do contrato de concessão para exploração de pozolana entre o Estado de Cabo Verde e a Cimpor, que foi assinado na cidade do Porto Novo, definindo que nos próximos 30 anos a empresa portuguesa vai poder explorar as jazidas de pozolana, existente na zona do cemitério de Fundão, para produção do cimento pozolânico.
Para o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, que acompanhou a assinatura por videoconferência, a partir da cidade da Praia, trata-se de um “passo importante” para a promoção da dinâmica económica da ilha mais a norte de Cabo Verde.
“Concretamente, esta concessão vai possibilitar a criação de condições para a produção de cimentos em Santo Antão com pozolanas para servir o mercado cabo-verdiano e, quiçá, para o mercado internacional”, projectou o governante, citado pela Lusa.
Olavo Correia considera que a fábrica vai ter um “impacto muito grande” ao nível das externalidades para todo o sector da construção civil.
Considerando que o projecto tem “um potencial enorme de crescimento”, gerando mais empregos e rendimentos para os jovens, o governante garantiu que o Governo tudo fará para que a exploração arranque antes dos 18 meses previstos.
“Escolhemos um bom parceiro (via concurso público), a Cimpor, uma marca forte em Cabo Verde e no mundo, que está a operar há várias décadas no mercado nacional, e que nos dá confiança de que poderemos, conjuntamente com a Câmara Municipal de Porto Novo, levar esse projecto para frente”, perspectivou.
Na ocasião, o administrador da Cimpor, João Brito e Cunha, garantiu que dentro do prazo previsto a unidade de produção estará a funcionar, o que criará, num primeiro momento, mais de 40 postos de trabalho directos.
Além da instalação de novos equipamentos, a Cimpor prevê ainda, nesta primeira fase, investir na instalação de uma central fotovoltaica, para alimentar a unidade de produção e apoiar as comunidades. No global, o projecto prevê gerar cerca de 100 postos de trabalho directos.
*Adnardo Barros