A cimeira França-África, que decorreu nesta Terça-feira, 18, em Paris, por iniciativa do Presidente Emmanuel Macron, recomendou a mobilização de financiamentos para a produção de vacinas contra a Covid-19 no continente africano.
A África do Sul foi o país eleito por consenso pelos líderes africanos e europeus, para se fazer os investimentos necessários de maneira a que, num futuro que se quer breve, se possam ter vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 a serem produzidas no continente berço.
“Algo que é muito importante é, além de continuarmos a assegurar o fornecimento de vacinas por via do mecanismo Covax e Avax, é ser feito um apoio grande para que muito brevemente seja possível produzir, no continente africano e a partir da África do Sul, vacinas que possam aumentar a capacidade mundial de produção de imunizantes contra a Covid-19”, adiantou António Costa, primeiro-ministro de Portugal, um dos participantes do encontro.
Já Emmanuel Macron, promotor da cimeira sobre o Financiamento das Economias Africanas, referiu que irá também aproveitar a presidência de França na União Europeia para que se consiga vacinar mais pessoas. “Há um ano lançamos o objectivo Covax para vacinarmos 20% da população, a União Africana lançou o objectivo para vacinar 30% e nós temos o objectivo de vacinar 40% da população africana”, indicou Macron.
Caso a europa mobilize o financiamento proposto pelo Banco Mundial [33 mil milhões de dólares], que será disponibilizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), considera o Presidente francês, será possível conseguir com que a África possa produzir também vacinas localmente. “França está disponível para transferir tecnologia e know how para poder viabilizar a produção de vacinas em África”, garantiu.
A pandemia da Covid-19 agravou a dívida pública dos países africanos. Por iniciativa da França, cerca de 30 líderes africanos e europeus reuniram nesta Terça-feira, 18, em Paris, com as principais organizações económicas internacionais, designadamente o FMI, o Banco Mundial e a União Europeia, poucas semanas depois de África ter pedido uma “moratória imediata” das suas dívidas externas até o fim da pandemia.