Uma estimativa divulgada pelo chairman do conselho de administração da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA) mostra que apenas 15% dos veículos que circulam em Angola têm seguro. De acordo com Carlos Duartde, para fazer crescer o número é necessário o reforço da fiscalização.
“Nós estimamos que apenas 15% das viaturas em circulação têm seguro”, indicou, numa conferência de imprensa em que foram apresentadas as contas da maior seguradora angolana relativas a 2021.
Para o gestor, não se trata do que as seguradoras estão a perder e sim daquilo que a sociedade perde, em termos de activos, de danos corporais. “Evidentemente se tivessem todos seguros, as seguradoras poderiam apresentar melhores resultados, teríamos um sector mais resiliente, mais forte”, afirmou o presidente da ENSA.
Citado pelo Lusa, Carlos Duarte admitiu ainda que a crise da economia também pesou sobre o sector: “passámos por um período recessivo em que o poder de compra foi afectado e o seguro também pesa nessas opções”.
Mas o gestor não deixou de mostrar o seu optimismo em relação a 2022, ano em que as autoridades económicas preveem que se interrompa o ciclo recessivo dos últimos 6 anos. “Há uma correlação directa entre o crescimento económico e a taxa de penetração dos seguros, pelo que esta tendência se devera inverter”, assinalou.
Para Carlos Duarte, é necessário que haja uma acção mais incisiva por parte das autoridades fiscalizadoras.
A seguradora angolana, cuja primeira fase de privatização estará prestes a ser concluída, registou em 2021 um aumento dos prémios brutos emitidos, redução dos sinistros e da taxa de sinistralidade, que desceu de 55 para 40%, diminuição da despesa e aumento dos activos.
Os prémios brutos, prémio comercial mais despesas de emissão dos contratos, emitidos ascenderam a 97,8 mil milhões de kwanzas e o seguro automóvel registou um crescimento expressivo na ordem dos 36%, segundo a empresa.
O seguro petroquímico cresceu 12,5% face ao ano anterior e o de saúde, 14,1%, mantendo um peso de 39% no total de prémios brutos.
O valor dos prémios em cobrança (correspondem em grande parte aos prémios em cobrança negociados para liquidação parcelada) ascendeu a 12,6 mil milhões de kwanzas, enquanto os custos com sinistros totalizaram 39,1 milhões de kwanzas.