Cerca de 600 milhões de pessoas na África Subsaariana não beneficiam de energia eléctrica de qualidade, segundo afirmam Frans Timmermans, vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Acordo Verde Europeu, e Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), numa publicação feita no website da African Energy Week.
Para os dois responsáveis, a solução para o problema da carência energética em África passa sobre tudo por um maior investimentos no sector e pelo diálogo. Entre as saídas apontadas por Frans e Fatih constam também o aproveitamento das “energias renováveis baratas e investimentos verdes”, no sentido de se atender às necessidades de geração de electricidade do continente. Para tal, sugerem, o mundo deve se unir para conduzir os países africanos em direção à energia verde e longe dos combustíveis fósseis.
“Se quisermos fazer da pobreza energética uma coisa do passado em África, precisamos que o mundo inteiro trabalhe em conjunto para acabar com o financiamento do carvão no exterior, acelerar a cooperação na expansão da electricidade limpa no continente e ampliar o apoio financeiro das economias avançadas”, consideram.
O gás, especialmente a maior parte do Natural liquefeito (GNL), indicam, é o mais limpo de todos os combustíveis fósseis e pode criar um caminho para minimizar a pobreza energética, através de “programas de gás para energia”.
Nesta perspectiva, a expansão da produção e do uso de gás em África, daria aos países africanos mais tempo para garantir que a população e as empresas desenvolvam a capacidade de colher todos os benefícios de empregos gerados pelos projectos de energia renovável, assim como oportunidades de negócios, consideram.
Por outro lado, acrescentam, abriria as portas para o crescimento económico e a diversificação, servindo como matéria-prima para produção petroquímica e combustível para instalações industriais. Como exemplo, os dois especialistas indicam a Nigéria, que desistiu do gás, depois de aprovar a sua histórica Lei da Indústria petrolífera.
Actualmente, Moçambique, que se prevê venha a ser o terceiro maior produtor de GNL do mundo, Senegal, Argélia, Congo-Brazzaville, Camarões, Guiné Equatorial, Angola, África do Sul, Tanzânia, Mauritânia, Egipto estão num bom caminho para aumentar a produção de gás, lê-se na publicação do website da African Energy Week.
Por outro lado, os responsáveis entendem que a indústria de energia em África deve socorrer-se das experiências tecnológicas e de investimentos que empresas e organizações internacionais podem oferecer. Entretanto, advertem ser necessário, ainda assim, que os líderes da indústria energética continuem a resolver os seus próprios problemas.