O primeiro centro de tecnologia especializado em testes e manutenção de equipamentos subaquáticos para produção de petróleo da África Subsaariana, localizado na capital angolana, Luanda, tem registado uma fraca procura dos seus serviços, segundo afirmou Pedro Godinho, chairman da Aker Solutions Enterprises (AKSEL) – empresa responsável pela construção da infra-estrutura.
O responsável, que falava nesta Quarta-feira à imprensa, referiu que, até ao momento, muitos operadores têm optado pela exportação e manutenção dos seus equipamentos no exterior do país, mesmo sabendo que em Luanda existe uma infra-estrutura “da mais alta tecnologia”, com capacidade para, em pouco tempo, fazer um serviço com a mais rigorosa qualidade e menos custos.
“Depois da inauguração a perspectiva era iniciarmos com as actividades, mas em função de as empresas até agora optarem pela exportação dos equipamentos e a reparação no exterior do país, os resultados não são até aqui os desejados. É tudo um processo que tem corrido de forma gradual”, disse Pedro Godinho.
O gestor avançou que, por enquanto, já receberam uma solicitação da República Democrática do Congo, “que pretende testar nestas instalações os seus aparelhos”, e existe pelo menos oito solicitações em curso, sendo que se espera em breve que mais operadores procurem os serviços do centro, localizado no município de Viana, que nesta Quarta-feira, 11 de Maio, recebeu a visita do presidente da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo.
“Tratou-se de uma visita de acompanhamento das actividades desenvolvidas até agora pelo centro, mas que também visa incentivar e sensibilizar os operadores na utilização dessa tecnologia”, considerou Pedro Godinho.
Por sua vez, Paulino Jerónimo, destacou que no contexto do conteúdo local se quer que os angolanos passem a fazer este trabalho [manutenção de equipamentos subaquáticos para produção de petróleo] no país.
“Temos aqui uma oportunidade dos nossos operadores diminuírem os custos e terem, em pouco tempo, as suas máquinas prontas sem gastar lá fora de Angola. Pedimos que utilizem o que esta instalado aqui”, apelou o número um da ANPG, garantindo, por outro lado, ser missão da instituição que lidera fazer com que os operadores adiram aos serviços disponíveis no centro.
Recorde-se que o centro, único na África Subsaariana, foi construído para permitir a criação de competências tecnológicas, transferência de conhecimento, oportunidades de negócios, criação de empregos e uma redução exponencial de custos.
Actualmente, os equipamentos em produção em Angola, em caso de avaria ou necessidade de testes, são retirados dos poços e transportados para outros mercados, como reino Unido e Estados Unidos da América. Durante esse processo, os poços mantêm-se inoperantes por um período superior a oito meses, o que representa diminuição de produção e perda de receitas para o País.
O investimento privado, avaliado em 30 milhões de dólares foi realizado pela Aker Solutions Enterprises (AKSEL), uma joint venture de direito angolano que resulta da fusão de interesses entre a empresa norueguesa Aker Solutions (49%) e a empresa angolana Prodiamam Oil Services (51%).