O grupo Raxio lançou nesta Quarta-feira, 20, no município de Cacuaco, em Luanda, a primeira pedra para a sua construção do primeiro centro de dados independente e neutro certificado, de categoria Tier III em Angola, que deverá entrar em funcionamento dentro dos próximos 12 meses, num investimento avaliado em mais de 20 milhões de dólares.
Depois de ter procedido ao lançamento da pedra, Robert Mullins, CEO do grupo – tido como um dos principais operadores pan-africanos de centros de dados, referiu que a infra-estrutura tornar-se-á na mais recente instalação a fazer parte da crescente rede de centros de dados da Raxio a nível de África.
“Os ecossistemas digitais e de telecomunicações de Angola têm se desenvolvido rapidamente, com o país já a atingir uma taxa de penetração da internet de aproximadamente 27%. A entrada no mercado de novos fornecedores de serviços de conectividade e as melhorias levadas a cabo por outros fornecedores nas suas redes, presença e serviços são hoje uma realidade”, afirmou.
O gestor realçou que o futuro centro de dados proporcionará uma oportunidade para o país acrescentar a sua posição como um ecossistema digital estratégico para a região, criando um hub para peering e condução de tráfego digital regional e internacional.
Robert Mullins acrescentou que com a entrada em funcionamento no segundo semestre de 2024, o centro de dados do Raxio em Angola terá inicialmente uma capacidade de 3MW, mas com perspectiva e escalar até 7MW e acomodar mais de 1 600 bastidores (racks). A infra-estrutura, garantiu, “estará totalmente equipada com a melhor tecnologia de energia, refrigeração e segurança da indústria, suportando compatibilidade de energia AC/DC e oferecendo redundância completa aos clientes”.
O CEO do Raxio explicou que, uma vez comissionados, os clientes poderão hospedar as suas infra-estruturas de TI, de missão crítica, “em um ambiente ideal” e se conectar “facilmente” com outros clientes locais e internacionais em salas de encontro especialmente projectadas. “A Sustentabilidade é um dos pontos preponderantes dos nossos valores e uma parte fundamental do processo de design e das operações, fazendo este centro de dados altamente eficiente que estabelecerá um novo padrão de desempenho no país”, esclareceu.
Localizado estrategicamente numa zona de fácil acesso rodoviário do município de Cacuaco, há 17 quilómetros do centro da cidade, a infra-estrutura beneficia de provisionamento de electricidade fiável e da proximidade dos pontos de chegada de novos cabos submarinos, com acesso à conectividade local de fibra terrestre.
A neutralidade permitirá que os clientes beneficiem da liberdade de escolha e da redundância na conectividade ao centro de dados.
Esta última instalação da Raxio em Angola está a ser desenvolvida em colaboração com empreiteiros locais e internacionais, cuidadosamente selecionados para cumprir os padrões de excelência já experimentados e testados pela empresa, de acordo com Robert Mullins. Segundo disse, “o design e os equipamentos seleccionados oferecem um ambiente ideal para os equipamentos de missão crítica dos clientes, sempre garantindo a melhor eficiência energética e alta conformidade com as rigorosas métricas de ESG da empresa.
“A nossa decisão de construir a primeira instalação de última geração neutra em termos de operadoras em Angola revela o nosso compromisso com uma estratégia bem definida para fornecer ao país uma infra-estrutura digital vital. Com a chegada de novas soluções de conectividade e a evolução contínua do ecossistema digital na região, continuaremos a construir instalações escaláveis e prontas para Hiper escalas, para atender às crescentes necessidades de conectividade, armazenamento e processamento de dados”, justificou.
Mullins deu nota de que o “o país tem uma procura muito elevada de conectividade e serviços relacionados”. Além disso, acrescentou, está geograficamente muito bem posicionada para ser um hub estratégico de conectividade para a região, tornando-se num mercado importante para o “crescente portfólio” da empresa.
“Tal como acontece com todas as nossas instalações, o Raxio Angola está a ser desenvolvido no estrito cumprimento das nossas normas ESG, gerando um impacto positivo, através da criação directa e indirecta de centenas de postos de trabalho com o máximo respeito pelo meio-ambiente”, frisou.
Presente no acto de lançamento da primeira pedra, o CEO da Angola Cables, Ângelo Gama, disse que a construção do centro representa uma mais-valia para os ramos das telecomunicações do país, “uma vez que o mercado angolano das telecomunicações e de negócios está apetitoso”. Isto, prosseguiu Ângelo Gama, faz com que uma empresa desta natureza faça grandes investimentos no sector, o que irá permitir com que as multinacionais venham também investir em território nacional.
A data center Tier III de Angola passa a fazer parte do portefólio do Grupo Raxio, que está presente no Uganda, a RD Congo, Moçambique, Costa do Marfim, a Etiópia e a Tanzânia. O Grupo promete continuar a expandir a sua cobertura geográfica por meio da expansão em vários mercados no continente africano e aumentar a sua capacidade, construindo instalações resilientes para atender à crescente demanda por ambientes de data center confiáveis e seguros na região.
*Borges Figueira