A Célula Nacional de Tratamento de Informação Financeira (Centif) da Guiné-Bissau está a sensibilizar as associações sem fins lucrativos para os riscos de branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo, anunciou o seu presidente.
“É importante sensibilizá-los para terem a noção do perigo que representa o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo na sub-região e no mundo”, afirmou Justino Sá.
Segundo o presidente da Centif, sensibilizar as associações sem fins lucrativos é também a melhor forma de chegar à população. “A Guiné-Bissau é um país vulnerável em vários sentidos e o Estado não consegue chegar onde devia chegar. Na Guiné-Bissau nunca aconteceu um acto terrorista, mas não se pode dizer que a Guiné-Bissau não tem pessoas que não financiam o terrorismo”, sublinhou, citado pela Lusa.
Nesse sentido, Justino realçou que na Guiné-Bissau não há forma de controlar as organizações Não-governamentais (ONG), nem os fundos que recebem. “Há um défice grande no nosso sistema jurídico que não tem forma de supervisionar a actividade das ONG. Esta é uma das vulnerabilidades”, afirmou.
O presidente da Centif salientou também que é importante o Estado criar as leis para supervisionar a actividade das organizações Não-governamentais. “O Estado não tem controlo. Temos informações que alguns fundos entram e depois voltam a sair. É preciso criar uma legislação forte para poder controlar”, afirmou.
A Lusa recordar que Justino Sá denunciou, em Agosto, que mais de 80 milhões de euros escaparam ao Estado, entre 2013 e 2018, devido às acções de criminosos. O responsável afirmou que esse dinheiro é derivado de crimes de corrupção, fuga ao fisco, tráfico de droga, peculato e administração danosa.