Um total de 92 mil técnicos vão assegurar, pela primeira vez de modo digital, o processo de Recenseamento Geral da População e Habitação 2024, que arrancou esta Quinta-feira, 19.
Esta mega-operação estatística de recolha de dados demográficos e habitacionais, abrange os 164 municípios, 518 comunas, 44 distritos urbanos e 23 832 aldeias das 18 províncias do país.
A FORBES ÁFRICA LUSÓFONA sabe que o Governo angolano disponibilizou cerca de 30 mil milhões de kwanzas (29,6 milhões de euros) para cobrir as despesas relacionadas com a preparação do “Censo 2024”, que decorre sob o lema “Juntos Contamos por Angola”.
Entretanto, o director-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), José Calengi, garantiu que foram criadas todas as condições para o arranque desta mega-operação, que envolve recenseadores, assistentes técnicos, logísticos e motoristas.
“O número de profissionais envolvidos neste processo censitário faz parte de um conjunto de recursos, constituídos por assistentes técnicos provinciais, municipais, comunais e locais, informáticos regionais, municipais e comunais e agentes recenseadores”, acrescentou.
Durante a 16.ª edição do CaféCIPRA, que abordou o tema “CENSO Geral 2024 e o seu impacto na eficácia da governação”, José Calengi lembrou que depois de terem passado pela actualização cartográfica que permitiu mapear o país em relação às secções censitárias,
“Também passamos pelo Censo Piloto, que foi um exercício espelho que permitiu ao INE fazer a prevenção da actividade principal, e nesta fase estamos a desenvolver a cadeia de formações”, disse.
O director-geral do INE disse ainda que a recolha dos dados será de forma digital e, para o efeito, conta com 68.040 tabletes, dos quais oito mil doados pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e sessenta mil e quarenta foram adquiridos pelo Estado angolano.
O responsável assegurou que os resultados preliminares do processo censitário serão conhecidos quatro meses depois do seu término.
“Do ponto de vista preliminar e pelo facto de estarmos a falar de uma operação digital, nós poderemos ter os dados preliminares quatro meses depois, e até aos 18 meses teremos o primeiro relatório. o equipamento principal de recolha de dados possui um dispositivo de segurança e de acompanhamento”, explicou.
Relativamente aos casos de poligamia, elucidou que não se pode fazer dupla contagem numa só pessoa e que este acto não fere hábitos e costumes de qualquer povo.
“A questão aqui é muito prática. Portanto, ele – o cidadão – vai ser contado onde estiver”, afirmou o responsável, informando que o objectivo do Censo é contar os agregados e o número de pessoas existentes no território de Angola.
No primeiro Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, foi apurado um total de 25.789.024 habitantes, dos quais 63 por cento residiam na zona urbana e 37 por cento na área rural.