A empresa cabo-verdiana do sector farmacêutico, Inpharma, prevê aumentar, nos próximos tempos, a produção de desinfetantes em até cinco vezes, cifra que obrigará ao aumento da exportação do produto, anunciou o primeiro-ministro do país, Ulisses Correia e Silva.
A meta resulta de um investimento de mais de um milhão de dólares, precisamente 1.021.970 de dólares, que a entidade beneficiou do governo local, com mais de 200 mil dólares a virem da Agência norte-americana para o desenvolvimento internacional.
“Esse investimento que estamos a inaugurar hoje nem sequer é o começo porque a Inpharma já está a produzir, conseguiu-se uma solução transitória, deu respostas ao mercado e hoje temos uma fábrica que tem capacidade e condições de produzir para o mercado nacional e para exportar para outros mercados”, detalhou o chefe do Governo, regozijando-se com as metas previstas para os próximos anos, isto após inaugurar a fábrica, na zona industrial de Tira Chapéu, na cidade da Praia.
Este tipo de investimento não integrava as prioridades do governo. Aliás, nem mesmo há dois anos o país pensava num investimento desta natureza, que surge por causa do “estado de necessidade” provocado pela pandemia da Covid-19, conforme o reconheceu Ulisses Correia e Silva.
Para o governante, e a Inpharma teve uma “resposta rápida” na produção de álcool gel no ano passado, mas a fábrica agora inaugurada vai ter ainda capacidade de produzir soluções alcoólicas e outros líquidos desinfectantes, o que, na visão do primeiro-ministro, vai aumentar em quatro ou cinco vezes a capacidade actual da empresa, que disponibiliza no mercado 85 medicamentos, nas formas sólida, líquida e pastosa.
Também destacou a autonomia actual que o arquipélago ganhou, já que, no início, da pandemia, enviava amostras de testes da Covid-19 para Portugal e Senegal, mas agora tem capacidade laboratorial instalada e condições de aumentar a exportação.
“A nossa intenção é posicionar Cabo Verde como um país que possa tirar proveito da economia da saúde”, projectou o primeiro-ministro, considerando que os investimentos da Inpharma são um exemplo para a importância de criar capacidade exportadora.
O objectivo é também desenvolver o turismo associado a serviços de saúde, criar condições para desenvolver competências humanas tecnológicas e organizacionais nesta área que considera ter um “potencial muito grande”.
“A ambição que todos nós queremos, fazer com que o sector da saúde crie valor económico para o país e cada investimento deste e de outra natureza cria riqueza, cria emprego, desenvolve capacidades, competências e temos condições para ir mais além”, insistiu o primeiro-ministro.
Criada em 1991, a Inpharma exporta medicamentos e serviços sobretudo para os mercados africanos, e segundo o presidente, Joaquim Coimbra, esta é uma nova realização da empresa, após inaugurar, há um ano, o primeiro laboratório público-privado no país para realização de testes de despiste da Covid-19.
Fonte: Lusa