Um total de 3,05 milhões de dólares é o quanto a Cabo Verde Telecom (CVTelecom) pretende para avançar com um conjunto de iniciativas ao longo de 2022, anunciou a empresa em edital em que avança que o montante deve chegar através de um empréstimo obrigacionista.
Líder nas telecomunicações do país, a empresa já avançou com a proposta de solicitação de empréstimos que deve ser entregue aos accionistas, em reunião extraordinária da assembleia-geral no dia 28 de Janeiro, pedindo autorização para a contratação de um empréstimo obrigacionista.
Um empréstimo obrigacionista é uma modalidade de financiamento dos mercados de valores mobiliários em que o emitente compromete-se a pagar um rendimento (juro) em condições pré-estabelecidas durante um certo período, para além do reembolso do próprio capital, ou seja, valor nominal acrescido de um prémio de reembolso.
É com este tipo de financiamento que a CVTelecom quer materializar parte dos investimentos em 2022. Aliás, a operação, de acordo com o edital da convocatória, será realizada através da Bolsa de Valores de Cabo Verde.
A maioria do capital social do grupo CVTelecom é detida pelo Instituto Nacional de Previdência Social (instituto público que gere as pensões cabo-verdianas), em 57,9%, contando ainda com a estatal Aeroportos e Segurança Aérea (20%), a Sonangol Cabo Verde (5%) e o Estado de Cabo Verde (3,4%) entre os accionistas, como privados nacionais (13,7%).
Os lucros do grupo CVTelecom aumentaram 10,5% em 2020, para mais de 2,03 milhões de dólares, e pelo segundo ano consecutivo as vendas voltaram a crescer, apesar da crise provocada pela Covid-19.
De acordo com o relatório e contas de 2020 da empresa, o ano passado voltou a ser de crescimento de vendas, para 46,5 milhões de dólares de receitas consolidadas, com algumas novas áreas, como o teletrabalho, a compensarem as quebras nos serviços tradicionais de telecomunicações.
A operadora, a maior do país e que atua na área das telecomunicações móveis, fixas, de internet e televisão por subscrição, registou um crescimento de 10,5% no resultado líquido naquele exercício, para lucros de mais 2,11 milhões de dólares, mas sem distribuição de dividendos aos accionistas, face às “reais expectativas de evolução dos negócios da empresa”.
O relatório acrescenta que o grupo CVTelecom, “para além de ver a sua dinâmica comercial seriamente afectada pela Covid-19”, teve ainda que “lidar com as consequências de um incêndio nas suas instalações, o que motivou a paralisação dos negócios durante mais de duas semanas e uma perda de rendimentos equivalente a um terço da sua facturação mensal”.
Ainda nas contas anteriores, o grupo viu o número de clientes da rede móvel de comunicações cair 3,3% em 2020, para 372.231, e o de utilizadores de Internet móvel diminuir 1,5%, para 237.158. O número de clientes da rede de Internet fixa aumentou 22,4%, para 20.104, enquanto os clientes da rede fixa de comunicações de voz aumentaram 0,1%, para 57.493.