Como forma de reavivar a cultura das artes cénicas no país e recriar as famílias, arranca, de 5 a 13 de Novembro, em Cabo Verde, a 27.ª edição do Festival Internacional de Teatro, numa sequência de 40 espectáculos, de 14 países, incluindo um teatro radiofónico, que regressa às rádios, inspirado no trabalho desenvolvido por uma companhia portuguesa.
Também designado por Mindelact, a iniciativa tem, entre os objectivos, recuperar a tradição das artes cénica que já era comum no meio cultural cabo-verdiano e que regressa agora, em força, às salas de espectáculos e na rádio, este último uma inovação que também já foi parte da estratégia de massificação cultural no arquipélago.
De acordo com o presidente da associação Mindelact, João Branco, no período do confinamento um dos projectos que desenvolveram foi uma amostra de teatro radiofónico, que gerou resultados que satisfez aquela organização e arte. “E visto que em Cabo Verde já houve uma tradição muito viva deste tipo de teatro, entrámos em contacto e desafiámo-los a fazerem uma seleção dos trabalhos que fizeram em 2020 e este ano”, explicou o responsável cultutal, citado pela Lusa.
Para João Branco, a ideia do teatro radiofónico surgiu de uma iniciativa desenvolvida em Elvas pela companhia portuguesa ‘Um Colectivo’, que volta agora a Cabo Verde, mas que conta também com trabalhos de de autores cabo-verdianos que residem em Portugal.
Não só de cabo-verdianos e portugueses se fará a 27.ª edição do Festival Internacional de Teatro. Entre os participantes do festival, deve constar nomes de artistas de outras paragens lusófonas e demais países africanos, como Angola, Senegal, África do Sul, Togo e Quénia.
Segundo a organização, a programação definitiva do festival só será conhecida um mês antes da sua realização, mas João Branco adianta já que a abertura será com um grupo com origem em Portugal, com descendência africana e que vai encerrar com o conjunto nacional “Raiz di Polon” que este ano completa três décadas de existência.
Não constará desta edição o festival “Off” e os festivais nas praças. Isto devido aos receios de aglomeração de pessoas. O palco principal do Centro Cultural do Mindelo, ilha de São Vicente, vai acolher os espectáculos de maior dimensão, enquanto os de cariz mais intimistas serão apresentados no auditório da ALAIM, e outros palcos com espetáculos alternativos.
Incluirá outras artes, que incluem exposições artísticas e literárias, além do festival radiofónico, mas também a retoma da extensão na cidade da Praia, ilha de Santiago, prosseguindo igualmente a vertente do teatro digital, transmitidas em direto.