O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirmou há dias, que o seu Executivo está a trabalhar com o Governo português para a definição de um acordo que garanta contrato de trabalho junto de empregadores, que garanta proteção e segurança social, proteção de assistência médica, medicamentosa, derivado do sistema de segurança social, para aqueles que querem fazer a mobilidade laboral para Portugal, o procedam dentro de um quadro que garanta direitos.
Ulisses Correia e Silva adiantou que o referido acordo deverá ser assinado em breve com as autoridades portuguesas, mas advertiu que os cidadãos que tentarem a emigração para Portugal, através de outros expedientes, não serão abrangidos por este quadro de cooperação, integração e de garantia de direitos, tendo de assumir os seus riscos.
“Somos um país livre e democrático não podemos impedir as pessoas na sua liberdade fazer as suas melhores escolhas”, alertou.
O líder do PAICV, maior partido da oposição em Cabo Verde, responsabilizou no passado dia 04 deste mês o Governo, liderado pelo MpD, pela vaga de emigração a que o país tem vindo a assistir, devido ao “falhanço das políticas” governativas.
“Esta questão da emigração é uma demonstração do falhanço das políticas do Governo. O Governo não tem tido políticas que deem garantias aos jovens, em primeiro lugar, acesso ao emprego, acesso ao rendimento. E os jovens estão a procurar alternativas fora do país”, afirmou Rui Semedo, citado pela Lusa.
Para o líder do maior partido da oposição, “a política e as políticas falharam” e “o Governo tem de ter isso em devida conta e criar condições alternativas para garantir que os jovens tenham uma vida digna dentro do seu próprio país”.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, líder do Movimento para a Democracia (MpD) havia afirmado a 07 de Setembro, na ilha do Maio, que não há motivos para emigração por falta de oportunidades em Cabo Verde, apesar da crise que afecta o país, ainda com as consequências económicas da Covid-19, da crise inflacionista e de quatro anos de seca.