O Governo de Cabo Verde deverá injectar um total de 1,7 mil milhões de dólares até 2030 com vista a dar solução ao problema vivido por um grupo de 40 mil famílias do país com casas sem condições ou situação deficitária.
A conclusão é do Plano Nacional de Habitação (PLANAH), que prevê a necessidade de investir, para isso, 1,7 mil milhões de dólares para pôr fim a este crescimento desordenado das habitações no país.
Oficializado com a sua publicação em 07 de Janeiro pelo Governo, o documento, citado pela Lusa, foi desenvolvido com o apoio da ONU Habitat e conclui que “mais de 40 mil agregados familiares” em Cabo Verde vivem “em alojamentos residenciais qualitativamente deficitários, apresentando alguma patologia de ordem física e carecendo da instalação de algum tipo de serviço básico”.
“A nível quantitativo, o défice habitacional é calculado na ordem dos 8,7%, significando um total de aproximadamente 13,8 mil agregados familiares vivendo em domicílios improvisados ou rústicos, ou que estejam ainda na condição de despesa excessiva, superlotação ou de convivência familiar”, escrevem os especialista que elaboraram o documento.
Assim, o PLANAH 2021-2030, para atender o défice e uma necessidade habitacional que excede as 24 mil casas, prevê que Cabo Verde precisará infraestruturar uma área superior a 600 hectares de terreno, além de rever ou elaborar mais de 190 planos urbanísticos, entre planos directores municipais e detalhados.
O estudo reconhece ainda que o défice habitacional em Cabo Verde é concentrado e de natureza urbana, sendo que a ilha de Santiago e o município da Praia, capital do país, “respondem, respetivamente, por quase 40% e 30% de toda a carência habitacional, seja ela de ordem qualitativa ou quantitativa.
“Ao trilhar o caminho rumo ao acesso à habitação condigna em Cabo Verde, o PLANAH procura outrossim dimensionar, em termos nominais e reais, o panorama das necessidades do sector de habitação no horizonte 2030”, assume ainda o documento, aprovado em Conselho de Ministros do país.
O levantamento que integra o PLANAH prevê que ao longo desta década, até 2030, “serão necessários investir pelo Estado de Cabo Verde, entendido no seu sentido mais lato, um montante superior a 1,7 mil milhões de dólares, precisamente 167 mil milhões de escudos na criação de condições de habitação no país.