O Governo de Cabo Verde lançou, há dias, um projecto de mapeamento da diáspora cabo-verdiana para fazer uma “avaliação segura” e ter “melhor conhecimento” da população no exterior, a partir de informações estatísticas.
“Este projecto de mapeamento é muito importante [para] sairmos do empírico, das opiniões, para termos uma avaliação segura daquilo que é a presença da nossa diáspora”, afirmou o primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva, durante a apresentação do referido projecto, na Praia.
“O projecto inovador, que deverá incluir, até 2026, o primeiro recenseamento da diáspora pelo INE, ajudará a dar suporte a decisões políticas, económicas, públicas e também estatísticas financeiras”, acrescentou, citado pela Lusa.
“Vamos realizar, ainda no primeiro semestre deste ano, uma conferência internacional sobre a diáspora e desenvolvimento regional para podermos juntar várias boas experiências que existem no mundo e partilhá-las numa óptica de apoio ao desenvolvimento”, anunciou Ulisses Correia e Silva.
Por sua vez, Jorge Santos, ministro das Comunidades, referiu que o governo cabo-verdiano decidiu dar “centralidade” à população cabo-verdiana no exterior e que isso exige políticas públicas concretas, pelo que “é preciso conhecer a diáspora, ir ao encontro [dela] e valorizá-la”, ao estar presente em mais de 40 países.
“Apresentamos este projecto e com esse estudo será possível termos dados oficiais sobre essa população”, realçou, o governante.
No evento, foi ainda assinado um protocolo para o estabelecimento de condições de financiamento e execução do projecto de mapeamento, no valor de 15 milhões de dólares.
O protocolo, segundo a Lusa, foi assinado pelo diretor-geral das Comunidades, Martinho Ramos, pelo presidente do conselho directivo do Instituto Nacional de Estatística (INE), João Cardoso, e pelo coordenador da Unidade de Gestão de Projectos Especiais (UGPE, departamento estatal), Nuno Gomes, contando com apoios do Banco Mundial e da Organização Internacional das Migrações.