Foi em 2017 que os técnicos da Ocean Race fizeram as primeiras visitas a Cabo Verde, na sequência da apresentação da candidatura para que o país recebesse uma paragem técnica da mais competitiva regata do mundo. O parecer foi desde logo positivo. Há muito que a Ocean Race procurava um ponto de stopover no atlântico médio e o Mindelo viria a revelar-se ideal, do ponto de vista geoestratégico, para cumprir com este desígnio.
A prova chegou a estar agendada para os finais de 2021, mas viria a ser adiada um ano por causa da pandemia.
O país, está, por isso, na reta final dos exigentes preparativos, num momento em que muitos hotéis já registam ocupações de 100% para este período.
Esperam-se mais de 3500 pessoas por dia na cidade do Mindelo, além de toda a equipa de produção e organização do evento, staff técnico e comunicação social internacional.
A Race Village será o “quartel general” da Ocean Race em Cabo Verde. O espaço está montado nas instalações do porto do Mindelo, contíguo à zona de atracagem dos veleiros, na frente marítima e ocupa metade do cais 3 e da área de contentores da Enapor (empresa pública de gestão dos portos de Cabo Verde).
Espaços de restauração, zonas técnicas, área destinada à comunicação social, escritórios e um palco central fazem parte da Race Village, que abre portas hoje, dia 20 de janeiro, um dia antes da chegada dos veleiros e encerra a 25 com a partida das embarcações.
Para este período está prevista uma agenda intensa de atividades lúdicas e culturais, feiras, exibições, concertos, teatro, manifestações culturais que irão dinamizar quase em permanência a Race Village. O espaço adoptou a política “plástico zero” tendo em conta a filosofia de sustentabilidade e proteção dos oceanos da regata. Com o mesmo objetivo, irá acontecer, em simultâneo à Ocean Race, o Ocean Summit que vai reunir no Mindelo personalidades de alto nível na área dos oceanos, proteção dos ecossistemas marinhos, sustentabilidade, economia marítima, além de membros de vários governos.
No terreno estão já vários prestadores de serviços, equipas de trabalho, patrocinadores e parceiros envolvidos na montagem da Race Village. Espera-se também a chegada antecipada de elementos da organização e técnicos especializados que vão assegurar toda a operação on water e manutenção dos veleiros.
Além da Race Village, Cabo Verde teve de assegurar a construção dos pontões de atracagem, as condições técnicas e logísticas para as equipas de manutenção das embarcações, todos os trâmites burocráticos e administrativos associados à passagem da corrida pelo país e a segurança marítima e terrestre, garantidas através da polícia marítima, polícia militar, guarda costeira e polícia nacional.
A paragem da Ocean Race na cidade do Mindelo está orçada em 3.6 milhões de euros repartidos entre o Governo, o Banco Mundial e a Enapor, sendo que, desse valor, 1.4 milhões de euros são referentes ao hosting fee, ou seja, a taxa paga à organização da regata para garantir a escala de Cabo Verde.
Espera-se que o investimento vá dinamizar a economia, criar postos de trabalho e ser uma importante plataforma de divulgação do destino e da marca Cabo Verde.
A mais conhecida e mais antiga regata do mundo partiu de Alicante, no sudeste de Espanha, dia 15 de janeiro de 2023 rumo a Cabo Verde onde os veleiros são esperados a 21 de janeiro. Segue viagem a 25 em direção à Africa do Sul, Brasil, Estados Unidos, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e finalmente Itália com chegada prevista a Génova, dia 25 de junho de 2023, num total de cerca de 32 mil milhas náuticas percorridas.
Na stopover de Cabo Verde são esperadas 10 embarcações, 5 de cada classe a concurso, Imoca e VO65.