O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou Cabo Verde, descrevendo o país como um “farol de democracia e estabilidade política em África”. Durante uma cerimónia de homenagem aos signatários do Acordo de Lisboa, o Chefe de Estado Português destacou a trajetória do arquipélago nos últimos 50 anos como “uma das mais extraordinárias no continente africano”.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou o impacto do Acordo de Lisboa, assinado em 19 de Dezembro de 1974, que definiu o processo de descolonização de Cabo Verde. “Colocando estes 50 anos em perspetiva, desde o momento da assinatura do Acordo de Lisboa até hoje, com processos políticos e constitucionais densos e diversos, forçoso é confirmar que Cabo Verde tem protagonizado uma das trajetórias mais extraordinárias no continente africano”, afirmou.
Segundo o Presidente, Cabo Verde tem-se destacado em áreas como educação, níveis de literacia, urbanismo e crescimento económico, apesar dos desafios comuns a muitos países. “Mesmo confrontando-se com a prevalência de desafios, com os quais também se deparam Portugal e todo o mundo, Cabo Verde tem protagonizado uma capacidade de recriação a todos os títulos extraordinários”, elogiou.
De acordo com a Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda o papel de Cabo Verde no panorama internacional, considerando-o “um exemplo notável e notório de um país firmemente ancorado no multilateralismo e na defesa dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas”.
Credibilidade internacional e identidade atlântica
O chefe de Estado português sublinhou os méritos de Cabo Verde em construir uma reconstrução internacional sólida, mesmo num contexto de crescentes geopolíticas reforçadas. “O país tem sabido construir uma substituição internacional, sustentada no tempo e no modo, tirando o melhor partido da sua situação geoestratégica e da afirmação da sua identidade atlântica e universal”, frisou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, celebrar este momento histórico vai além da evocação do passado. “Aqui estamos a evocar e a celebrar um país e um povo que projeta Cabo Verde muito para lá da Macaronésia, através da cultura, da diáspora, da sua maneira de ser e de se afirmar por todo o mundo”, acrescentou.
A cerimónia foi encerrada com uma saudação calorosa: “Viva Cabo Verde, vivam os povos, estados e irmãos de Cabo Verde e de Portugal”.
O Acordo de Lisboa foi firmado entre o Governo português e o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), estabelecendo os termos para a descolonização do território cabo-verdiano. Este momento marcou o início de uma nova era de independência e desenvolvimento para o arquipélago.