A República de Cabo Verde deve acolher, em 2022, a próxima reunião do Conselho para a Integração dos Mercados de Capitais na África Ocidental, organismo que quer alagar a participação ao investimento de traders de um Estado-membro em qualquer bolsa de valores da região.
O anúncio foi feito, recentemente, pelo chairman do conselho de administração da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), Miguel Monteiro, que justificou a escolha do arquipélago com decisões saídas da reunião da também designada WACMIC, iniciais de West African Capital Markets Integration Council, realizada em finais de Outubro, no Gana.
“A nosso convite ficou acordado que a próxima reunião deverá acontecer no próximo ano em Cabo Verde. Também foi estabelecida, pelo actual presidente do conselho [Ekow Afedzie, do Gana], a meta que esta segunda fase fique concluída no prazo de um ano. O objectivo último desta integração de mercados de capitais é permitir que os investidores de um país-membro consigam investir em qualquer das bolsas de valores e quem precisa financiar-se o possa fazer também em qualquer dos países”, explicou Miguel Monteiro.
Actualmente estão activas na África ocidental a Bolsa de Cabo Verde, a Ghana Stock Exchange (GSE), a Nigeria Stock Exchange (NGX) e a BRVM, que representa a União Económica e Monetária do Oeste Africano, com oito países, principalmente Estados francófonos, da África ocidental.
Em Cabo Verde, a capitalização da BVC renovou no primeiro trimestre deste ano novo máximo desde a sua criação, chegando a quase 796 milhões de euros, equivalente a 61,5% do Produto Interno Bruto do país, segundo dados da instituição.
De acordo com o relatório extensivo de operações de bolsa do primeiro trimestre deste ano compilados pela Lusa, este avanço da Bolsa cabo-verdiana representa um crescimento de 13,7%, na capitalização bolsista face ao mesmo trimestre do ano passado.
No primeiro trimestre de 2019, a capitalização bolsista foi de 801,3 milhões de dólares, que subiu no mesmo período de 2020 para 814,02 milhões de dólares, aumentando já este ano para 926,2 milhões de dólares, “um pico máximo desde o início do funcionamento” da bolsa, como refere o relatório da entidade.
A BCV foi criada em Maio de 1998 e conta ainda com quatro empresas cotadas, com destaque para o Banco Comercial do Atlântico (BCA, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos) e para a Caixa Económica, bem como outras que emitem obrigações.
Também os accionistas da Cabo Verde Telecom (CV Telecom), principal operadora de telecomunicações do país, aprovaram em 2018 a entrada da empresa em bolsa, que ainda não se concretizou.