A República de Cabo Verde arrancou o presente ano a registar um défice de mais de 46 milhões de euros, aumentando 3,2% face a Janeiro de 2021, de acordo com dados do órgão estatístico do país tornados público esta semana.
A pressionar a balança comercial esteve, entre outros, a quebra no desempenho da actividade de exportação. Aliás, o relatório do período revela que as estatísticas de Janeiro do Comércio Externo, registou queda de 57,8%, montante que compara com os valores de 2021,que começaram o ano a baixar para 1,1 milhão de euros.
Já as importações diminuíram 0,2%% em Janeiro, em termos homólogos, para 47,5 milhões de euros, enquanto as reexportações dispararam 71%, para 5,6 milhões de euros. Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa no primeiro mês de 2022, em 46,5 milhões de euros, contra os 45 milhões de euros em Janeiro de 2021.
Segundo o INE, a Europa continua a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 92,8% do total das exportações cabo-verdianas, com Portugal a liderar a lista dos principais clientes do arquipélago, com uma quota de 48,7% do total, um aumento de 32,2 pontos percentuais (pp) face ao primeiro mês de 2021, seguido de Espanha (40,4%), Estados Unidos (6,5%) e Países Baixos (3,8%).
Os produtos mais exportados por Cabo Verde em janeiro foram os preparados e conservas de peixes (37,5% do total das vendas), o vestuário (22,9%) e o calçado (16,2%).
O continente europeu continua também a ser o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 69,9% do total, face aos 67,9% em Janeiro de 2021. Portugal lidera igualmente entre os fornecedores de Cabo Verde, com 41,9% do total das importações cabo-verdianas, após uma queda de 4,4 pp face a Janeiro de 2021, seguindo-se Espanha (8,6%), Argentina (6,9%), Itália 6,5% e Países Baixos (4,8%).
Segundo o INE, os dez principais produtos importados por Cabo Verde atingiram 56,2% do montante total das importações do arquipélago, essencialmente combustíveis (17,6%), reactores e caldeira (6,3%), veículos automóveis (5,1%), máquinas e motores (4,9%) e cimentos (4,8%), segundo o INE.
A balança comercial do país voltou a ser deficitária em todo o ano de 2021, em 642,8 milhões de euros, aumentando 10,5% e anulando a recuperação do ano anterior, de acordo com dados do INE.
Em 2021, as exportações aumentaram 1,3% face a 2020, para 46,5 milhões de euros, e as importações cresceram 9,9%, para 76.563 689,3 milhões de euros. Também no relatório, os profissionais daquele órgão oficial atestam que as reexportações aumentaram 26,6% face a 2020, para 170,6 milhões de euros.