Angola acolheu esta Sexta-feira, 25 de Agosto, em Luanda, o Fórum Económico Angola – Brasil, sob o lema “Relançamento da Parceria Estratégica entre Angola e Brasil”, que inaugurou uma nova fase de investimento do brasileiro no país.
O fórum, realizado no âmbito da visa oficial do Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, a Angola, contou com a presença de 170 empresários brasileiros e 330 angolanos, além de membros do Governo dos dois Estados, que abordaram temas como “saúde, educação e desenvolvimento humano”, “transição energética”, “infra-estruturas e mineração” e “agricultura e segurança alimentar”.
No final do encontro, o presidente do conselho de administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), Lelo Francisco, referiu que, apesar do crescimento do comércio bilateral entre os dois países, os números de investimentos privado do Brasil em Angola ainda são incipientes. Os produtos provenientes do Brasil, indicou, representam cerca de 5% do volume de importação nacional.
“Do Brasil, nós pretendemos atrair e potenciar iniciativas de investimentos para produção local de frangos e suínos em toda a sua cadeia de valor, incentivar parceria com empresas locais para desenvolvimento de negócios, apoiar o sector farmacêutico para implantação de indústrias de produção de medicamentos, equipamentos hospitalares e vacina”, elencou.
O PCA da AIPEX avançou, por outro lado, que nos últimos cinco anos foram implementadas um conjunto de medidas, no quadro das reformas empreendidas pelo Executivo do Presidente João Lourenço, nomeadamente acções no âmbito da simplificação e desburocratização dos serviços da administração pública, melhoria do ambiente de negócios, implementação de programa de estabilização macroeconómica, liberalização do mercado cambial, incluindo um arcabouço legal para o investimento privado que contempla um conjunto de incentivos fiscais e facilidades ao investimento, considerados necessários para aumentar a atratividade e competitividade no mercado angolano.
O Brasil é tido como um “importante” fornecedor para Angola de bens de consumo, alimentos – com destaque para cereis, proteina animal como carne de aves e bovina -, maquinaria e equipamento.
“Fruto dessas medidas, o país saiu de longos cinco anos de recessão económica e, desde 2021, tem experimentado uma trajectória de crescimento económico com sinais encorajadores do crescimento do sector não petrolífero”, apontou.
O Executivo angolano, assegurou Lelo Francisco, está comprometido com a diversificação da economia e tem envidado esforço para criar as melhores, condições possíveis para facilitar as actividades das empresas e dos investidores que escolhem operar no mercado angolano.
O encerramento do fórum foi feito pelo Presidente angolano, João Lourenço, e pelo seu homologo brasileiro, Lula da Silva. Na ocasião, João Lourenço afirmou que o Brasil é uma das presenças mais visíveis no apoio ao desenvolvimento económico de Angola, estando a sua tecnologia e conhecimento patentes em obras emblemáticas de infra-estruturas públicas, no aumento de produção e oferta de bens alimentares, na prestação de serviços de saúde e na capacitação tecnico-profissional dos jovens.
“Em cerca de cinco anos, mesmo com a pandemia da Covid-19 pelo meio, Angola tem vido a criar um ambiente de negócios que atrai os investidores privados. Contamos com o investimento privado directo brasileiro na economia angolana para transformar o potencial económica de Angola em riqueza real, criar emprego e prosperidade, pelo que reiteramos aos empresários brasileiros a investirem em Angola de modo destemido”, apelou.
Já o Presidente do Brasil, Lula da Silva, garantiu que o seu país vai voltar a fazer investimento em Angola, país que considera ser um “bom pagador”. “Angola sempre foi um país que nos deu certeza, que cada dólar investido aqui seria ressarcido e assim o foi”, realçou, confirmando assim o dado avançado momentos antes pelo seu homólogo, segundo o qual, Angola saldou toda a dívida que tinha com Brasil nos prazos acordados.