O sector bancário angolano registou um decréscimo de 237% em 2020, face ao ano anterior, passando para um valor agregado negativo de 165 mil milhões de kwanzas, prejudicado pelos sucessivos resultados líquidos negativos do Banco de Poupança e Crédito (BPC), de acordo com a 15ª edição do estudo ‘Banca em Análise’ da Deloitte.
Este decréscimo, segundo refere o estudo que analisa os balanços dos bancos em 2020, é justificado pela apuração da menos-valia na cessão de 80% da carteira de crédito malparado do BPC à Recredit, o que quer dizer que, nesta análise da Deloitte, excluindo o referido banco de capitais 100% públicos, o resultado líquido agregado do sector no ano passado teria registado apenas um decréscimo de 32% face a 2019, resultando muito impulsionado pelo impacto da pandemia na economia.
Em sentido inverso, o sector bancário registou um crescimento nos seus activos totais de mais de 16 biliões de Kwanzas, em 2020, o que corresponde a um crescimento de aproximadamente 19% face a 2019.
Entretanto, entre os Big Five da banca angolana, que representam cerca de 72% do total do activo do sector, registou-se um aumento de 18,5% face a 2019. “Na posição relativa entre os cinco maiores bancos a operar em Angola, o BAI continua a liderar, com um activo total de mais de 3 biliões de kwanzas, seguido pelo BFA, BPC, BIC e Millennium Atlântico, o qual se mantém igual ao ano anterior”, refere o relatório da Deloitte.
Com relação ao total de crédito líquido, os bancos registaram um aumento de 10%, para quase 2 biliões de kwanzas face a 2019, invertendo a tendência dos últimos anos, com o BIC, o Atlântico, o BAI, o BFA e o Banco SOL a liderarem a concessão de empréstimos.
No que se refere ao rácio de crédito vencido, apurou-se uma redução para os 27,4%, em 2020, sendo que em 2019 este rácio foi de mais de 37%. Mais uma vez, caso não fosse considerado o BPC, observar-se-ia um rácio de crédito vencido de 15,4% e de 17,8% em 2019 e 2020, respectivamente.