Uma nova companhia do sector petrolífero angolano foi apresentada esta Sexta-feira, 11, pelas majors British Petroleum (BP) e a italiana ENI, como fruto de um acordo de sociedade na produção de petróleo em Angola.
Trata-se da Azule Energy, uma companhia da BP e da ENI, detida em 50% por ambas e que combinará os seus negócios em Angola, num acordo resultante do memorando de entendimento assinado entre as duas multinacionais, em Maio de 2021.
Para já, a Azule Energy está projectada para ser uma nova companhia internacional de energia, gerida de forma independente, com mais de 200.000 barris de óleo equivalente (boe) por dia de produção líquida de petróleo e gás e cerca de 2 mil milhões de recursos líquidos.
“Espera-se que a Azule Energy seja o maior produtor em Angola, com participações em 16 concessões, assim como participações na Angola LNG. A Azule Energy está igualmente empenhada em adicionar à sua carteira de negócio os interesses da ENI na Solenova, uma empresa de energia solar detida em conjunto com a Sonangol”, explica um comunicado de imprensa a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso e que dá conta a criação do novo grupo empresarial da indústria.
Segundo os proponentes da Azule Energy, a nova companhia terá um “forte” leque de novos projectos a iniciar nos próximos anos, incluindo os de produção de petróleo Agogo e PAJ, nos blocos 15/06 e 31, respectivamente.
Também está previsto, entre os desafios a serem efectuados pela nova companhia, desenvolver o novo consórcio de Gás (NGC), o primeiro projecto de gás não-associado no país, que contribuirá para a satisfação das necessidades económicas de Angola, para o seu percurso de descarbonização e fortalecerá a sua posição como um interveniente global na área de LNG.
Assim, a BP e a ENI partilham objectivos comuns para a Azule Energy na consecução dos objectivos ambientais e de sustentabilidade. Aliás, ambas acreditam que a combinação dos seus esforços, numa perspectiva de longo prazo, criará operações mais eficientes e oferecerá um potencial de investimento, criação de emprego e crescimento em Angola.
“A Azule Energy continuará a desenvolver o potencial máximo do sector de upstream no país, posicionando-se, simultaneamente, na busca de novas oportunidades na transição energética, tendo em conta o crescimento do gás e energias renováveis no seu portfólio”, refere a nota.
Bernard Looney, CEO do grupo BP, considera que Angola tem sido uma região importante para as operações da companhia e que esta nova aposta destaca e permite a continuação do compromisso da multinacional com o país.
“A ENI é um parceiro valioso na região. A Azule Energy tem como base a combinação das nossas fortes capacidades e competências e, mais importante, assenta nos nossos valores e crenças sobre qual deve ser o futuro do sector energético”, refere o gesto.
Bernard diz acreditar que, “acima de tudo”, a Azule Energy será capaz de impulsionar eficiências e novas oportunidades numa carteira de negócios mais abrangente e atractiva.