Apesar dos inúmeros constrangimentos que o sector financeiro do país atravessa, agravados pela pandemia da Covid-19, a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) teve um dinamismo positivo, em 2020, o que resultou na negociação de 1,18 biliões de Kwanzas, um crescimento de 880%, se comparado com os 104 mil milhões de kwanzas de 2015, ano em que se registaram as primeiras negociações.
De acordo com dados do relatório anual dos mercados BODIVA de 2020, apresentado recentemente, no período em referência, foram feitos cerca de 5.512 negócios, mais 27% que no ano de arranque, sendo que o número de membros aumentou de dez, em 2015, para 25 em 2020, abarcando as maiores instituições financeiras do país.
Para o ano em curso, António Furtado, PCA da instituição, aponta como desafio a activação do Mercado de Bolsa de Acções, o que poderá conferir ao mercado um leque mais diversificado de alternativas de investimento, por um lado, e de financiamento, por outro.
“Perspectivamos manter as iniciativas de aproximação ao sector produtivo e suporte, via formação no processo de preparação para abertura de capital. Acreditamos que a exigência decorrente da admissão em bolsa, melhores práticas de governança corporativa, de relato financeiro e divulgação de informação é tão importante para alavancar a economia nacional, quanto a disponibilidade de alternativas de financiamento”, realçou.
Valores Mobiliários sob custódia
Em relação as novas contas custódias, o relatório indica que o número subiu para 3.600, apesar da pandemia que, lê-se, impossibilitou muitos investidores de se deslocarem às agências bancárias, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras, no sentido de puderem abrir as contas.
Sobre os títulos públicos sob custódia, o documento avança que, a partir do terceiro trimestre de 2020, houve uma baixa ligeira e continua do montante. Segundo o administrador executivo da BODIVA, Odair Costa, a taxa média de crescimento dos títulos públicos sob custódia por trimestre passou de 22,51%, em 2019, para 0,56% em 2020, fruto da concentração de amortizações/resgates registadas no ano passado.
O património sob custódia cifrou-se em cerca de 3,54 mil milhões de Kwanzas, o equivalente a 6,15 mil milhões de dólares, menos 6% face a 2019.