Intenção de colocar a moeda nacional na lista de moedas de pagamento da região mantém-se na ordem do dia. A informação foi avançada pelo Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, que falou sobre o assunto aquando do encontro com o seu homologo, Governador do Banco da Namíbia, Johannes Gawaxab.
O movimento que não é exatamente novo, visa, no essencial, colocar a moeda nacional no leque de moedas autorizadas a serem usadas para pagamentos dos negócios a serem realizados na região.
Manuel Tiago Dias disse ainda que neste segmento não se levanta qualquer questão sobre o peso da moeda nacional em relação as demais, já que a compensação apenas serve para facilitar as operações de pagamento, diferente de vir a se tornar uma espécie de moeda-forte do continente. Pelo que, evidenciou crença de que o objetivo será alcançado.
Numa altura em que o continente se vai preparando para a efetiva implementação do mercado único, torna-se plausível, apontam os especialistas, que o ensaio para o efetivo mercado único tenha o começo nos blocos regionais, pelo que, é muito provável que a breve trecho surja um efetivo mercado da SADC, “o que torna a ambição do Executivo angolano bem contextualizada”, apontou economista Faustino Mombica à FAL.
O economista foi mais além e explicou que apesar de muito boa a intenção e de provavelmente vir a se concretizar, já que a moeda de compensação nada mais é senão um meio de facilitação para que quem vendeu possa receber o mais rápido possível, e quem pagou possa fazê-lo em kwanzas, sem que qualquer dos dois esteja preso às possíveis falta de divisas que os bancos possam registar num momento ou noutro.
Mas mesmo nesse aspeto, lembrou, é importante que o kwanza esteja estável, só assim os vendedores ou compradores, ou até mesmo os bancos que no fundo serão os intermediários das operações conseguirão ver sentido em compensar com o kwanza. Quanto mais desvaloriza, mais kwanzas serão necessários para uma transação, e isso, pode servir de travão as compensações com a moeda nacional.
Em linha com a perspectiva apresentada pelo economista, basta perceber que o kwanza vem de constantes desvalorizações desde 2014, chegando a serem necessários mais de 1000 kwanzas para 1 dólar.
Acresce a isso que as recuperações têm sido sempre abaixo dos níveis de queda anterior. O que coloca a moeda nacional longe do potencial para vir a se tornar uma moeda forte na região.