O Banco Nacional de Angola (BNA) recomendou nesta Quarta-feira, aos 25 bancos comerciais que actuam no mercado doméstico a fazerem ajustes para cima nas taxas de juros sobre os depósitos a prazo como forma de estimular a poupança e por via disto inverter o curso ascendente e “desfavorável” da taxa de inflação que está hoje situada perto dos 25%.
De acordo com o órgão regulador do mercado bancário, estes ajustes, expressos na Carta Circular nº N.º 03/DCF/2021, devem ser realizados na proporção do aumento da taxa básica de juro, que foi alterada pelo Comité de Política Monetária dos anteriores 15,5% para 20%. “Ajustar as taxas de juro de depósitos a prazo, em particular as taxas para os prazos iguais ou superiores a 1 ano, considerando, no mínimo, a proporção do aumento da ‘Taxa BNA’, conjugado com as suas necessidades de liquidez”, recomenda o banco central.
Os bancos comerciais foram ainda aconselhados a desenvolver produtos que possam contribuir para o estímulo da poupança, e, dessa forma, alongar o prazo de vencimento dos recursos nos seus balanços, além da promoção da transparência e objectividade na transmissão das condições dos depósitos a prazo aos seus clientes e ao mercado.
“Nos casos de aplicação de várias taxas de juro durante o prazo de vigência do depósito, os bancos são obrigados a publicar, para além das taxas aplicáveis em cada período, a Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) equivalente para o período total de vigência do depósito a prazo”, lê-se na directiva distribuída aos operadores do mercado bancário.
A carta circular informa ainda que o aumento da taxa de inflação que se tem vindo a verificar, sem um aumento correspondente das taxas de juro pagas sobre os depósitos, tem provocado uma taxa de juro real progressivamente negativa e que actua como um forte desincentivo à poupança.
Por isso, avança a nota, “torna-se imprescindível que os bancos comerciais definam as taxas de juro para os depósitos a prazo, de forma a que estas se enquadrem nos objectivos de estímulo à poupança e redução da inflação”.