O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu, nesta Sexta-feira, 19, manter a taxa básica de juro, também conhecida como “Taxa BNA”, nos 17%, como forma de assegurar a estabilidade de preço e controlar o curso da inflação na economia.
A decisão, que já era esperada, foi anunciada em conferência de imprensa pelo governador do banco central angolano, José de Lima Massano, depois da realização de mais uma reunião do CPM, a 111ª, realizada na cidade do Kuito, capital da província do Bié.
O órgão regulador do mercado bancário em Angola decidiu também manter a taxa de juro de Facilidade de Cedência de Liquidez em 17% e a taxa de Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 13,5%.
De acordo com o governador, no período antecedente a tomada desta decisão, “assistiu-se uma redução do saldo da balança comercial, com impacto sobre a oferta de recursos cambiais dos operadores económicos e consequente pressão sobre a moeda nacional, o que deverá culminar numa menor oferta de bens importados, que não são ainda compensados com produção interna”.
Em virtude da alteração, o CPM entendeu necessário a oferta de instrumento financeiro de mitigação de risco cambial. Segundo Massano, serão emitidos no mercado Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira da carteira nacional do BNA, no montante de 350 milhões de dólares, “que poderão ser adquiridas em kwanzas por qualquer interessado, junto da Bolsa Dívida e Valores de Angola ou dos bancos comercias”.
Os dados avançados aos jornalistas, na conferência de imprensa, indicam que a base monetária em moeda nacional registou um contracção de 5%, desde o início do ano, “enquanto o agregado monetário M2 em kwanzas (que congrega a totalidade dos depósitos bancários em moeda nacional e as notas e moedas em poder do público), expandiu 3,56%.
Enquanto isso, o stock de Reservas Internacionais Brutas situou-se nos 14,45 mil milhões de dólares em Abril 2023, equivalente a um grau de cobertura de importações de bens e serviços de 6,56 meses.
*Adnardo Barros