A consultora portuguesa de inovação colaborativa, Beta-i, pretende continuar a apoiar novos empreendedores bem como as start-ups de todos os sectores, já existentes no mercado angolano, e também atrair e fomentar novos mentores, garante à FORBES, o director de aceleração da empresa, Eduardo Sette Camara.
Constam também das várias iniciativas da consultora, para o próximo ano, a realização de alguns eventos de troca de experiência e conhecimento entre empreendedores, com o propósito de ajudar no crescimento exponencial do ecossistema.
Para a concretização destes desideratos, a Beta-i pretende contar com o apoio do Banco Nacional de Angola (BNA). “Claramente, para concretizar este objectivo, queremos aprofundar o relacionamento com o BNA, o maior promotor de empreendedorismo em Angola actualmente, no apoio ao crescimento da Incubadora do Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos (LISPA)”, disse Eduardo
De acordo com o gestor, outro grande objectivo da Beta-i em Angola consiste em retomar o trabalho com outras grandes empresas angolanas, no pós-pandemia.
A consultora, Beta-i surgiu em 2010 em Portugal, apenas como associação sem fins lucrativos, cujo objectivo passava em promover o empreendedorismo e um mindset de inovação no país, como resposta a um período de crise em que era urgente reinventar o tecido empresarial.
Ao longo de dez anos, a Beta-i trabalhou nas áreas de aceleração, incubação e investimento, ajudou na criação de startu-ps, na criação de programas de educação em empreendedorismo, bem como na promoção de eventos-chaves.
Nesse momento, a Beta-i, que conta com uma equipa de 50 colaboradores de 15 países, enquanto consultora de inovação colaborativa, trabalha com alcance global, que une grandes empresas com milhares de start-ups de todo o mundo.
Eduardo Camara, revela ainda que ao longo de uma década de existência, a consultora já desenvolveu mais de 250 projectos de inovação em 14 sectores diferentes, com mais 300 projectos-piloto desenvolvidos e 120 negócios estabelecidos entre empresas e start-ups.
Em Angola, por exemplo, acrescenta o responsável, a Beta-i tem sido um “player estratégico” na promoção do ecossistema de inovação, ajudando empreendedores a desenvolver as suas start-ups, através de diferentes programas de inovação nomeadamente, a Incubadora do Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos (LISPA), criado pelo banco central local, e o programa Beta-Start, um programa de pré-aceleração criado nas origens da Beta-i e renovado em 2019, cuja sua primeira realização no país lusófono em África foi feita em parceria com o Banco Banco Africano de Investimento (BAI) e a petrolífera Total.
Por outro lado, a Beta-i através do programa Beta-Start, apoiou também no surgimento de start-ups de sucesso, como o aplicativo Telesaúde Educativo, Nawabus e o Etaquipão.
Eduardo Camara adianta que no próximo ano, a nível mundial, a Beta-i ambiciona expandir o seu modelo de inovação colaborativa a clientes de novos países e desenvolver novos ecossistemas além-fronteiras, com foco nos sectores da energia, sustentabilidade, agrofood, economia do mar, saúde e fintech.
“Queremos continuar a unir empresas com start-ups de todo o mundo, para juntos inovarem e resolverem os principais desafios da actualidade encontrados nestas áreas”, disse.
Em 2020, a Beta-i fechou o ano com 2,5 milhões de euros em facturação e desenvolveu 25 diferentes programas de inovação, para 60 clientes provenientes de 20 países.
No seu portfólio estão grandes empresas nacionais e multinacionais como a AWS – Amazon Web Services, American Electric Power, Axians, Brisa, Banco Nacional de Angola, CLP, Comissão Europeia, Dubai Electricity and Water Authority, Galp, Genan, Google, Janssen – Johnson & Johnson, Origin, Sonea Sierra, SPGroup, Unicre, Visa, entre outras.