A República de Timor-Leste fechou os 11 meses de 2021 com uma inflação a disparar nos 5,3% pressionada pelo aumento em 7,7% pelo segmento da alimentação e bebidas não alcoólicas, de acordo com dados da Direcção Geral de Estatísticas do Ministério das Finanças local, distribuídos à imprensa.
A autoridade financeira admite que a subida dos preços esteja relacionada com a pandemia que fez disparar os bens de maioria dos bens vendidos pelos agentes económicos, sejam alimentares, como não alimentar, como são os casos dos preços do álcool e do tabaco que, no período, aumentaram 8,6% e os dos transportes cresceram 7,1%.
Segundo as finanças timorense, os dados confirmam a tendência de crescimento anual da inflação desde meados de 2020, acentuando-se desde o início do ano, quando os preços de produtos alimentares começaram a aumentar significativamente.
O tema ‘subida de preços’ é uma das maiores preocupações actuais da economia timorense, com o Governo a sublinhar a tendência de inflação nos documentos do Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano. “Em face do peso considerável dos alimentos e das bebidas não alcoólicas no cesto do IPC [Índice de Preços ao Consumidor] e da proporção elevada de alimentos importados por Timor-Leste todos os anos, os preços internacionais dos alimentos continuam a ser um dos principais elementos determinantes da taxa global do IPC, pelo que o Ministério das Finanças continua a monitorizar os níveis de preços”, avança a nota da autoridade estatística do país.
A direcção de estatística do país defende ainda que o índice de preços dos alimentos do Banco Mundial (BM) que “subiu consideravelmente entre Agosto de 2020 e Agosto de 2021, com um aumento de 34%”. Os preços domésticos dos alimentos subiram também, com um aumento de 6% durante esse período.
Apesar destes dados, o Governo antecipa que “os preços actuais dos alimentos estabilizem em 2022 e que assim permaneçam no curto a médio prazo”.
“Mais especificamente, o arroz é uma parte essencial da dieta dos timorenses. O arroz tailandês, que é a referência para Timor-Leste, desceu 20% em Agosto de 2021, o que terá um efeito positivo nas famílias mais pobres, para as quais os alimentos representam a maior parte da sua despesa, deixando-as assim com mais rendimentos disponíveis”, explica o governo local.