O Banco de Comércio e Indústria (BCI) obteve, em 2020, um resultado líquido na ordem dos 4,1 mil milhões de kwanzas, depois de, em 2019, ter registado prejuízos de cerca de 26,1 mil milhões, indica o parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório e Contas do exercício findo a 31 de Dezembro do ano passado.
Segundo o documento, tornado público recentemente, a que a FORBES teve acesso, os capitais próprios do BCI atingiram, em 2020, os 26,2 mil milhões de kwanzas, contra os 36,8 mil milhões de kwanzas negativos do período homólogo do ano anterior.
Por sua vez, a solvabilidade regulamentar fixou-se em 16,6%, quando em 2019 o registo foi de 29,2% negativos, posicionando-se assim acima do limite mínimo exigido pelo órgão regulador do mercado, o Banco Nacional de Angola, que é de 10%.
De acordo com o Conselho Fiscal, o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras, aprovadas pelo Conselho de Administração do BCI, evidenciam uma evolução que permitiu reverter a situação negativa registada em igual período do ano anterior.
As mesmas demonstrações foram objecto de auditoria externa da KPMG – Angola-Audit, Tax, Advisory, SA – que emitiu em parecer como reservas. O auditor, num dos pontos do seu relatório, faz menção que “até 31 de Dezembro de 2020, a rubrica de balanço ‘Credito Cliente’ apresenta o valor de 46,9 mil milhões de kwanzas, contra os 45,6 mil milhões de kwanzas registados em 2019”.
A KPMG Angola refere não ter sido possível validar a totalidade das operações, os seus montantes, taxas de juros e maturidade, dados que não foram disponibilizados pelo BCI, que poderiam facilitar a execução do trabalho, como a formalização de contratos, as reestruturações associadas e o registo actualizado da garantia à data de 31 de Dezembro de 2020.