O economista-chefe do Banco Mundial, Andrew Dabalen, defende que os países africanos devem aumentar os gastos na educação apesar da elevada dívida pública, que pode ser recomprada, investindo depois as poupanças nesse sector.
No final dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que aconteceram recentemente em Washington, Estados Unidos da América, Andrew Dabalen disse que os países podem experimentar recomprar a dívida, aproveitando as taxas de juro mais baixas, e investir as poupanças na educação.
“Os países podem poupar gastando mais, garantindo uma despesa controlada, disciplinada, e podem movimentar verbas de um lado para o outro dos seus orçamentos, por exemplo, redirecionando o dinheiro que dão a subsídios poluentes, como os combustíveis ou o querosene, que de qualquer das maneiras também beneficiam mais os mais ricos”, sugeriu, citado pela Lusa.
Dabalen advogou ainda a importância de se apostar na educação para garantir uma base sólida para um crescimento económico mais alargado, e salientou que “a recompra da dívida através de buybacks ou debt swaps para investimentos na educação pode compensar, a longo prazo”, referindo-se a recompra de dívida beneficiando de juros mais baratos e a emissões de dívida que está direccionada apenas para investimentos na Educação.
O economista-chefe do Banco Mundial referiu que o principal problema dos países africanos em termos dos sistemas educativos já não é a dificuldade no acesso, mas sim a falta de resultados.
“Houve um progresso notável na questão do acesso. Há alguns anos, o mais preocupante era as dezenas de milhões de crianças que não estavam na escola, mas desde então muitos foram trazidos para o sistema e o acesso já não é o principal problema”, afirmou, admitindo, ainda assim, que nas zonas remotas ou de conflito essa situação ainda é uma realidade.
Mas a maior crise na educação em África, apontou, é a crise de aprendizagem: “Os resultados na aprendizagem são críticos porque são a base da produtividade que vai permitir à região crescer”, disse Dabalen no final das reuniões que decorreram na última semana de Outubro em Washington.
*Napiri Lufánia