O Banco Mundial (BM) manifestou interesse de ajudar a resolver os “problemas graves” da Empresa de Água e Electricidade (Emae) de São Tomé e Príncipe, tornando-a economicamente viável para atrair o sector privado a investir nas energias renováveis.
O diretor regional da instituição para São Tomé e Príncipe, Angola, Burundi e República Democrática do Congo, Albert Zeufack, fez saber que a Emae tem uma dívida que representa 40% do Produto Interno Bruto (PIB) de São Tomé e Príncipe.
“Isso quer dizer que esta dívida representa não apenas um bloqueio ao nível do sector real (produção de electricidade), mas também representa um problema sério ao nível das Finanças Públicas. Portanto, é importante que nos sentemos num certo momento e vermos como resolvermos esse problema”, disse Zeufack.
De acordo com o responsável do BM, pela experiência que têm, não se trata de um problema de fundo, mas sim de vontade política e de reformas.
Na semana passada, o governo são-tomense anunciou que quer estancar a dívida de cerca de 300 milhões de euros com Angola, no âmbito de um novo acordo de cooperação económica assinado com representantes do Governo angolano, na capital são-tomense.
Segundo o ministro das Finanças são-tomense, durante as conversações para o acordo, as partes fizeram o reconhecimento da dívida bilateral entre os dois Estados, bem como da dívida de combustíveis que a Emae tem para com a Empresa Nacional de Combustível e Óleo (Enco), de que o Estado Angolano é o maior accionista, através da Sonangol.
O director regional do Banco Mundial referiu que “a Emae tem problemas graves ao nível da gestão, ao nível das perdas operacionais, das perdas técnicas”, que os especialistas da instituição no sector da energia identificaram e poderão trabalhar com o Governo para resolver.
Para Albert Zeufack a transformação do sector energético são-tomense deverá passar pelo desenvolvimento de energias renováveis para haver maior produção hidroeléctrica ou solar, bem como pela “reforma da Emae a nível da sua gestão, da sua limitação, das perdas técnicas e operacionais”.
*Luzia dos Santos