O Banco de Moçambique registou uma “pressão elevada” sobre o endividamento interno do Estado, que registou um aumento de 95,7 mil milhões de meticais em 2024, alcançando 408,1 mil milhões de meticais).
De acordo com o banco central, o peso da dívida interna no PIB subiu de 18,1% em 2020 para 26,5% em Novembro deste ano, refletindo uma tendência preocupante. Desde a última reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), a 30 de Setembro, a divisão interno cresceu 5,5 mil milhões de meticais (81,4 milhões de euros).
Um relatório do Ministério da Economia e Finanças já havia alertado, em Abril, que, se interromper o actual ritmo de crescimento, a dívida interna poderá se equilibrar com a externa até 2029, comprometendo a sustentabilidade financeira do país.
O aumento das taxas de juro associadas aos instrumentos de dívida, como Bilhetes do Tesouro (BT) e Obrigações do Tesouro (OT), é um fator de preocupação. A taxa média ponderada aumentou de 5% em 2021 para 6,5% em 2023, aumentando o custo do financiamento interno e a vulnerabilidade do sistema devido à concentração de vencimentos no curto prazo.
O cenário, segundo o Banco de Moçambique, reforça os desafios de revisão da insustentabilidade da dívida e exige medidas para controlar o ritmo de individualização e os seus custos associados.