O recente Relatório de Política Monetária de Outubro de 2021, apresentado recentemente, na cidade da Praia, aponta que o Banco de Cabo Verde (BCV) reviu em alta a previsão de crescimento económico do arquipélago para este ano, para 6,6%, face à evolução favorável das actividades económicas e retoma turística, prevendo 5,6% para 2022.
“Com a economia a crescer, a taxa média anual da inflação deverá aumentar para 1,6% até o final do ano, refletindo o perfil ascendente dos preços das matérias-primas energéticas e a sua transmissão aos preços internos com a actualização em alta dos preços administrados de combustíveis, da eletricidade, o aumento da procura interna e algum condicionamento na oferta de alguns produtos”, explicou o governador do Banco de Cabo Verde, Óscar Santos.
Estas “perspetivas económicas mais optimistas” são justificadas, disse, com “a evolução mais favorável da actividade económica” e face “à expectativa de alguma retoma do turismo no último trimestre, no pressuposto de controlo da situação pandémica no país”, considera Óscar Santos.
O governador acrescentou que se perspetiva igualmente o aumento da taxa de inflação em 2022, que deverá atingir 1,9%, “tendo em conta o efeito desfasado da inflação importada nos preços internos, o impacto da previsão de agravamento do IVA e de alguns direitos de importações de bens, bem como a actualização em alta dos preços da eletricidade”, desde Outubro de 2021 e “com maior efeito em 2022”.
“Num cenário mais adverso, em que é assumida a hipótese de materialização de um conjunto de riscos descendentes, o crescimento poderá situar-se nos 4,7%. Os factores associados relacionam-se com o comportamento do consumo, o ritmo de recuperação das exportações de turismo, e os efeitos da crise no crescimento através do possível impacto no desemprego e na falência de algumas empresas”, refere o governador do BCV.