Um volume de notas e moedas equivalentes a 1,8 milhões de dólares foram retirados de circulação da economia de Cabo Verde, numa estratégia do banco central do país que visa o controlo de preços e do dinheiro em poder da população.
Na prática, o regulador do sistema bancário cortou liquidez na economia no valor de 176 milhões de escudos, a moeda do arquipélago, num conjunto entre notas de todos os valores faciais e moedas metálicas.
Os dados constam de um relatório do Banco de Cabo Verde tornado público no website da entidade, mas não anexam explicações sobre a razões de fundo da tomada de posição do regulador no que toca ao corte da liquidez. Entretanto, a teoria económica associa a ‘limpeza’ de dinheiro na economia com a estratégia monetária de controlo de preços.
Até 30 de Novembro, Cabo Verde tinha em circulação um total de 132,053 milhões de dólares, correspondentes a 12.919 milhões de escudos, valor que, apesar de aumentar face a Outubro, representa ainda uma quebra acumulada de 1,35% tendo em conta os 133,8 milhões de dólares que estavam em poder do público a 01 de Janeiro de 2021, que foi um aumento face ao mesmo período de 2020.
Aliás, Cabo Verde registou, em Dezembro do ano passado, um aumento de 0,4% nos níveis de preços ao consumidor. Isto, comparativamente ao mês anterior, representado deste modo a 11.ª subida mensal consecutiva, segundo dados do indicador divulgados em 17 de Janeiro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) local.
Já em todo o ano de 2021 o indicador de preços no consumidor recuou apenas em Janeiro ligeiros 0,3%, tendo registado aumentos em Fevereiro (0,3%), Março (0,7%), Abril (0,1%), Maio (0,5%), Junho (0,2%), Julho (0,5%), Agosto (0,8%), Setembro (0,3%) Outubro (0,9%) e Novembro (0,8%), além de Dezembro (0,4%).
Assim, no acumulado dos 12 meses de 2021, a variação de preços é positiva em 5,4%, ou seja, mais 6,3 pontos percentuais face ao acumulado de 2020 até Dezembro. Entretanto, o governo cabo-verdiano estimou para 2021 uma inflação de 1,2%, mas que terá ficado substancialmente acima, face aos indicadores do INE.