Depois de vários anos em queda face às principais moedas internacionais, a moeda nacional angolana, o Kwanza, chegou ao seu ponto de equilíbrio, de acordo com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Lima Massano.
Para o número um do banco central angolano, o kwanza está equilibrado, isto é, depois de ter perdido 80% face ao dólar e estar agora a recuperar o terreno. “Temos estado a assistir a um aumento na confiança na moeda, gerando consideráveis ganhos para o kwanza”, disse o governador do BNA, citado pela agência de informação financeira Bloomberg.
O posicionamento de José Massano surge depois de o mercado angolano ter assistido a uma valorização de 20% face ao dólar desde o início do ano e numa altura em que ostenta o título da moeda que mais se valorizou nas últimas semanas, apesar de não ter ainda anulado as perdas dos últimos anos.
“O equilíbrio do kwanza foi reposto”, disse Massano, referindo-se à diferença que existia entre a cotação do kwanza no mercado formal e no informal, com diferenças que podiam ir até 150%, mas que agora estão praticamente anuladas.
Para o governador, o kwanza está a ganhar valor devido à melhoria da previsão de evolução da economia de Angola, o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, e à liberalização parcial da taxa de câmbio.
José Massano garante que as medidas, entre as quais a flexibilização cambial, eram necessárias para eliminar “grandes disfuncionalidades e desequilíbrios no mercado cambial angolano”. De acordo ainda com o governador, esse desequilíbrio está agora ultrapassado, com o kwanza a transaccionar-se face ao dólar nos 510 por dólar no mercado informal, tendo uma taxa de câmbio oficial de 470.
“As reservas internacionais são sólidas, cobrindo cerca de 11 meses de importações, e balança de pagamentos mostra excedentes e estamos a começar a ver uma redução gradual na taxa mensal da inflação”, disse o governador, referindo-se à primeira quebra na taxa de crescimento homóloga dos preços em Fevereiro, que pararam de crescer pela primeira vez desde março de 2021, estando, ainda assim, com uma subida acima de 27%.
A economia de Angola deverá já ter saído da recessão de cinco anos em 2021 e deverá crescer quase 3% este ano, de acordo com a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com Lusa