O presidente executivo do Banco Caixa Geral Angola (BCGA), João Pires, revelou, recentemente, em Luanda, que a instituição obteve, no ano passado, o seu melhor resultado de sempre e mostrou-se otimista quanto à evolução da economia, tendo considerado 2023 “desafiante”.
De acordo com o gestor, o resultado líquido do BCGA ascendeu ao montante de 34,5 mil milhões de kwanzas (64,5 milhões de euros), um crescimento de 0,19%, face ao resultado líquido do exercício de 2021, ao passo que o resultado de exploração cresceu 34,05%.
“Foram os melhores de sempre”, salientou João Pires, justificando os resultados com o “crescimento dos negócios do banco e o bom comportamento da economia angolana que levou a “um custo-risco muito baixo”.
O responsável, que falava à Lusa à margem da Angola Banking Conference, que decorreu na semana passada e abordou o tema “A Banca e os Desafios ESG”, numa organizada da revista Economia & Mercado e a consultora PwC, referiu prognosticou a continuação do crescimento da economia angolana.
“Pensamos que a economia vai continuar a crescer. A inflação vai cair. A queda da inflação é boa para a economia, é boa para toda a gente, mas os resultados nominais quando a inflação cai tendem a adaptar-se a essa queda”, afirmou, tendo considerado 2023 “um ano desafiante”.
Nos últimos dias, o sector bancário tem atravessado um período de turbulência, primeiro com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, e depois com a forte queda em bolsa do Credit Suisse.
Questionado sobre possíveis impactos para a banca angolana, João Pires lembra que se houve no passado crises que levaram inclusive ao colapso de bancos mundiais, actualmente a situação não se coloca.
“Temos uma base de capital muito sólida. Aguentamos certamente qualquer crise, mas é evidente que se ocorrerem [crises], não passam ao nosso lado”, disse, acrescentando que não haverá crises similares às de 2008, “nem pouco mais ou menos”, e que os efeitos são contidos.
“A subida das taxas de juro desvaloriza as carteiras de dívida pública (…) e esse problema nós não temos, em Angola não estamos a subir taxa de juros. Por isso, eu não conto que estes fenómenos tenham directamente repercussões”, declarou.
O Banco Caixa Geral de Angola realiza a 31 de Março a sua Assembleia Geral de Accionistas, que irá deliberar sobre oito pontos, entre os quais o relatório e contas, aplicação de resultados, eleição de um administrador independente e um vogal e remunerações dos membros dos órgãos sociais.
*Adnardo Barros